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|França

«Tentam calar-nos, intimidando-nos», alerta a CGT em França

A propósito de mais uma intimação de um dirigente sindical, a CGT denuncia a repressão existente em França e a «vontade de asfixiar a voz do mundo do trabalho que reivindica».

Concentração de apoio à dirigente sindical da CGT Myriam Lebkiri, intimada a depor em Pontoise, a 8 de Dezembro de 2023 
Concentração de apoio à dirigente sindical da CGT Myriam Lebkiri, intimada a depor em Pontoise, a 8 de Dezembro de 2023 Créditos / @aa_french

Myriam Lebkiri, co-secretária-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT) no departamento de Val-d’Oise e membro do Conselho Geral da central sindical, foi intimada a depor na esquadra da Gendarmeria de Pontoise, na passada sexta-feira, na sequência das acções realizadas no âmbito dos protestos contra a reforma das pensões que Macron aprovou por decreto.

Em declarações à agência Anadolu, depois de uma concentração de apoio à dirigente sindical visada, outra representante da CGT, Valérie Lesage, confirmou que a intimação estava relacionada com «a luta contra uma reforma completamente injusta e injustificada».

Lesage denunciou «a criminalização das nossas actividades sindicais» e recordou que o caso de Lebkiri não é o primeiro. Por exemplo, Sébastien Menesplier, dirigente da Federação Nacional de Minas e Energia (FNME/CGT), teve de comparecer, no passado dia 6 de Setembro, numa esquadra da Gendarmeria em Montmorency (arredores de Paris), também no âmbito de uma investigação sobre cortes de energia durante os protestos contra a reforma das pensões.

«Neste momento, temos mais de quinze dirigentes da CGT em toda a França que foram intimados pelos tribunais, que estão preocupados», lamentou, referindo-se a estes processos como «uma perseguição judicial».

Para a secretária-geral da CGT na União Regional de Île-de-France, «há realmente uma vontade de asfixiar a CGT, asfixiar a voz do mundo do trabalho que reivindica».

No mesmo dia, Nicolas Pereira, secretário-geral da CGT na União Local de Roissy, foi também intimado, pelo que Valérie Lesage considera haver de facto «uma discriminação, uma criminalização de todas as nossas acções», bem como uma «aceleração» neste tipo de práticas.

«Nunca tivemos tantos camaradas preocupados com a Justiça. Tentam silenciar-nos, intimidando-nos», alertou, acrescentando que a vontade do governo francês é a de «sufocar as organizações sindicais, porque fazem ouvir a voz de todos os trabalhadores de França».

Sophie Binet: «Vaga de repressão sem precedentes»

A secretária-geral da CGT, Sophie Binet, afirmou que, nos últimos meses, pelo menos 17 secretários-gerais de organizações da central sindical foram intimados por causa da sua actividade sindical, bem como mais de mil activistas da CGT.

A CGT denuncia uma «repressão sindical sem precedentes» em França / @aa_french

«Estamos num contexto de uma vaga de repressão sindical sem precedentes. Porquê? Porque agora, para o neoliberalismo, a democracia é um problema», disse a dirigente da CGT à Anadolu, lembrando como quase toda a população se opôs à reforma das pensões e como Emannuel Macron a aprovou por decreto e «espezinhou a democracia».

«Agora, para impor as suas políticas e evitar qualquer contestação, estão a generalizar a repressão sindical em todas as direcções», acrescentou.

Dirigindo-se ao executivo francês, Binet disse que tinha «uma mensagem muito simples», relativa à necessidade de acabar com as condecorações ao grande patronato, enquanto os processos judiciais contra sindicalistas se sucedem. «A repressão sindical deve acabar de imediato», frisou.

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