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«Sem terra» são atacados a tiro no estado brasileiro de Goiás

O MST de Goiás denuncia, numa nota ontem divulgada, o ataque perpetrado, dia 4, por seguranças de uma empresa do grupo Naoum contra o acampamento Leonir Orbak, em Santa Helena de Goiás. Sublinha que resistirá a qualquer tentativa cobarde de impedir a sua luta.

Formação aos acampados em Santa Helena de Goiás, promovida pelo MST
Formação aos acampados em Santa Helena de Goiás, promovida pelo MSTCréditos / MST

Na quarta-feira passada, as famílias que vivem no acampamento Leonir Orbak, em Santa Helena de Goiás, foram atacadas a tiro por dois seguranças fardados da Usina Santa Helena (USH), uma empresa do grupo Naoum, ligado ao agronegócio da cana-de-açúcar (açúcar e etanol).

Na sequência da acção violenta, que o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), enquadra no conflito com o latifúndio e a luta pelas terras da USH, os atacantes deixaram cair «um pente carregado de munição», que foi levado de imediato para a esquadra local pelos agricultores acampados.

Contudo, denuncia o MST, «mesmo sendo vítimas de um atentado violento com arma de fogo, os agricultores foram hostilizados na delegacia de Santa Helena pelos policiais», que não registaram a entrega da munição e não procederam à formulação de uma queixa.

A forma como os agricultores foram tratados na esquadra evidencia a ligação «entre o Capital, a Polícia e a Justiça/Ministério Público, no estado de Goiás», afirma o MST, acrescentando que «é esse mesmo consórcio a favor do latifúndio» que tem promovido «uma verdadeira caça às bruxas aos militantes do MST em Goiás, criminalizando a luta pela reforma agrária».

Conflito desde 2015

A direcção do MST de Goiás explica que o conflito com a USH tem lugar desde 2015, quando mais de 4 mil famílias do MST ocuparam diversas áreas apropriadas pelo Estado junto à empresa do Grupo Naoum, que deve 1,1 mil milhões de reais aos trabalhadores e à União.

O MST recorda que, neste processo, «o juiz da comarca, Thiago Boghi, e o Ministério Público Estadual da região já demonstraram o seu total comprometimento com os interesses da usina», tendo iniciado, inclusive, a perseguição aos militantes locais do MST – dois deles foram mesmo presos, em Abril de 2016, e outros dois tiveram de se exilar «na luta pela reforma agrária».

Em protesto contra a perseguição ao MST e reivindicando a desapropriação da USH, a 31 de Julho último as famílias sem terra ocuparam a fazenda Ouro Branco, próxima da área industrial da usina, e lá continuam, pois, revela o MST, o Tribunal de Justiça de Goiás suspendeu a reintegração de posse emitida pelo juiz Thiago Boghi.

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