«As medidas económicas unilaterais e coercitivas dificultam a capacidade da Síria para satisfazer as necessidades básicas do seu povo e para responder à epidemia do novo coronavírus», disse este sábado Bashar al-Jaafari, ao participar por videoconferência num simpósio organizado pela coligação Sanctions Kill, uma plataforma que une diversos organismos norte-americanos na luta contra as sanções.
O diplomata sírio sublinhou que as sanções impostas pelos países ocidentais estão a criar obstáculos à acção de Damasco na luta contra o SARS-CoV-2 porque continuam a debilitar a capacidade do sector da Saúde – público e privado.
Ao atingirem o sector bancário do país árabe, tornando difícil efectuar transferências bancárias estrangeiras, essas medidas colocam entraves à importação de medicamentos e material médico, explicou.
O garrote imposto à actividade bancária tem um impacto muito grande também noutros sectores – energia, indústria, transportes, comunicações, comércio interno e externo –, que se vêem impedidos de levar a cabo as suas tarefas normalmente, informa a agência SANA.
As «alegações humanitárias» recentes de Washington, segundo as quais a alimentação, os medicamentos e a ajuda humanitária não estão abrangidos pelas sanções, foram refutadas por al-Jaafari, que disse que «as isenções norte-americanas dependem de considerações políticas» e que «a ajuda chega apenas a zonas sob controlo de grupos terroristas».
Referindo-se ao Banco Central da Síria (BCS), o diplomata afirmou que a entidade foi incapaz de tirar proveito dos fundos congelados no estrangeiro há vários anos, para assim financiar a importação de bens de primeira necessidade para o povo sírio, uma vez que os bancos internacionais não respondem às ordens de pagamento emitidas pelo BCS e o governo sírio não obteve qualquer resposta nos contactos que tentou estabelecer com esses bancos estrangeiros.
«A Síria mobilizou todos os seus recursos humanos, médicos e nutricionais disponíveis para proteger todos os sírios da pandemia de Covid-19», disse al-Jaafari no simpósio à distância, destacando, no entanto, que todo esse esforço «continuará a ser negativamente afectado pelas medidas unilaterais e coercitivas».
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