Em conferência de imprensa, a porta-voz do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros instou o Ocidente a deixar de contribuir para a militarização da Ucrânia e, em vez disso, a dirigir os seus esforços para que Kiev cumpra os acordos de Minsk.
De acordo com a funcionária, as afirmações do Ocidente sobre alegadas manobras de Moscovo para invadir a Ucrânia são uma tentativa de encobrir a preparação das suas próprias provocações.
A este propósito, denunciou «a agressiva campanha mediática anti-russa» promovida por funcionários e órgãos de comunicação ocidentais e ucranianos, que passaram a divulgar de forma mais activa «especulações sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia».
«Estamos convencidos de que o objectivo desta campanha é criar uma cortina de fumo para preparar as suas próprias provocações em grande escala, inclusive de carácter militar, que poderiam ter as consequências mais trágicas para a segurança regional e mundial», declarou Zakharova, citada pela RT.
A «ajuda» do Ocidente à Ucrânia
Em simultâneo, a funcionária russa informou que o Reino Unido tem estado a enviar armamento para a Ucrânia, há alguns dias, utilizando aviões de transporte da sua Força Aérea.
Precisou que «já foram organizados pelo menos seis voos», que trouxeram para o país vizinho «cerca de 460 toneladas de armas».
De acordo com Zakharova, vão ser colocados em território ucraniano «sistemas anti-tanques portáteis para utilização em meios urbanos». «Este é exactamente o tipo de combate para o qual os militares ucranianos [...] estão a ser treinados por instrutores ocidentais», acrescentou.
O Canadá, por seu lado, enviou mais de 200 agentes das forças especiais para o país vizinho «com o pretexto de proteger a sua embaixada [em Kiev] e evacuar os diplomatas em caso de emergência», disse ainda Zakharova, citada pela RT.
«A ajuda, como eles lhe chamam», «mais massiva» é a dos EUA, disse a funcionária, de acordo com a qual, nos últimos meses, Washington enviou para a Ucrânia 30 sistemas de mísseis anti-tanque Javelin e 180 mísseis.
Estas declarações ocorrem num contexto de escalada de tensão entre a Rússia e o Ocidente, com órgãos de comunicação ocidentais a citarem fontes ucranianas que especulam sobre a invasão iminente da Rússia e Moscovo a rejeitar repetidamente essas acusações e a denunciar a «ocupação gradual do território ucraniano pela NATO».