|Síria

Regressam os sírios às suas casas

Os êxitos recentes do Exército estão a permitir que muitos sírios regressem a casa. De Al-Tanf a Idlib, de Raqqa a Deir ez-Zor, resta muito por fazer a Damasco, mas parece estar a dar a volta por cima.

 Uma refugiada síria e os seus filhos preparam-se para regressar a casa, em 3 de Julho de 2018
CréditosRuth Sherlock / npr.org

No sábado, regressaram ao seu país cerca de 900 refugiados sírios que escaparam à guerra e ao terrorismo que o Ocidente, Israel, a Turquia e os países do Golfo ali alimentaram. Estavam a residir na região de Hasbaya, no Sul do Líbano, e juntaram-se na escola de Shebaa antes de regressarem à Síria em autocarros fornecidos pelo governo de Damasco.

Diz a Sana que as viaturas seguiram em direcção ao posto fronteiriço de Masnaa (Líbano), onde as autoridades libanesas verificaram as suas identidades antes de os deixar seguir para Jdeidat Yabus, já na Síria. Aqui, estava tudo preparado para que os refugiados fossem levados até suas casas.

No último ano e, sobretudo, nos últimos meses, estes regressos a casa – de fora do país ou de deslocados internos – sucedem-se a um ritmo cada vez mais veloz, o que não é alheio ao facto de muitas terras terem sido libertadas e consideradas «livres de terrorismo», após intensos combates ou na sequência da celebração de acordos.

Submetidos a uma feroz guerra de agressão, a uma ingerência externa com raízes em diversos quadrantes e a muita manipulação mediática – que, entre outras coisas, propalava a ideia de que os refugiados escapavam à «terrível ditadura de Assad» –, a Síria e o seu povo, em estreita união com o seu Exército, as suas milícias populares e os seus aliados externos, parecem estar a conseguir «dar a volta».

Prova clara disso é que certas potências ocidentais condenam agora os atentados no país do Levante ou enviam ajuda humanitária ao governo de Damasco, depois de varridos do cenário os Capacetes Brancos, com máscara retirada. Tudo leva a crer que o negócio da reconstrução do país está ali mesmo à esquina e há que ir tentando amolecer as declarações de intenções do governo sírio, que quer franceses, britânicos e afins longe desse negócio.

É certo que, de Al-Tanf a Idlib, de Raqqa a Deir ez-Zor, há muito caminho pela frente, muito por fazer até à libertação e à afirmação da soberania, mas, se Alepo foi, no seu tempo, uma vitória decisiva – e tanto que o foi contra as ONG amigas de Washington e da UE, e o mainstream media! –, as vitórias recentes nos campos em redor de Damasco, no Sudoeste do país, nas províncias de Hama e Homs não foram menos determinantes.

São elas que permitem, hoje, contra a pena de quem apoiou às claras os «belicismos NATOs» e os seus mercenários corta-cabeças na Síria, que muitos milhares regressem já às suas terras, às suas casas, sejam deslocados internos ou refugiados em países estrangeiros.

E milhões fá-lo-ão nos tempos vindouros.

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