Na quinta-feira passada, o College Employers Scotland (CES), que representa as universidades enquanto entidades empregadoras, disse que a sua proposta era «final» e recusou-se a avançar com base na proposta que a estrutura sindical apresentou para desatar o nó.
Desta forma, os professores filiados no sindicato EIS-FELA fizeram greve ontem e preparam-se para mais oito jornadas de luta, a nível nacional (Escócia), ao longo dos meses de Maio e Junho.
O conflito em torno de um salário justo remonta a 2022, com a organização sindical que representa os docentes do Ensino Superior a rejeitar os termos propostos pelo patronato, considerando que, sem aumentos há dois anos, eles levariam os professores a ser aumentados bem abaixo da inflação.
Além disso, o sindicato argumenta que a proposta de aumento salarial feita aos docentes universitários é inferior às realizadas a outros trabalhadores da administração pública, pelo que, se não houver «avanços concretos» nas próximas reuniões, as greves serão levadas a efeito.
Em declarações recolhidas pelo Morning Star, um representante sindical classificou como «extremamente decepcionante» o falhanço nas negociações da passada quinta-feira.
«Os professores universitários querem voltar às faculdades, dar aulas e ajudar os seus estudantes a obter as suas qualificações», disse.
«No entanto – frisou –, vão continuar a lutar por um aumento salarial adequado, que aborde algumas das dificuldades financeiras e o stress que tiveram de suportar durante a pior crise de custo de vida dos últimos tempos.»
Em Fevereiro, o EIS-FELA dinamizou uma jornada nacional de greve e de pressão no Parlamento de Edimburgo e, desde então, as greves têm sido realizadas de forma alternativa, abrangendo um determinado conjunto de faculdades de cada vez.
Além disso, a estrutura sindical adoptou a estratégia de visar os círculos eleitorais dos ministros que integram o governo escocês, realizando «acções específicas dirigidas a pessoas que têm capacidade para ajudar a resolver o conflito».
A decisão de avançar para este tipo de acções «nunca é tomada de ânimo leve, mas os docentes já esperam há um ano e meio por um acordo salarial, durante um período de grande crise do custo de vida», explicou em Março último uma dirigente sindical.