O Ministério Público peruano anunciou, esta segunda-feira, que iniciou uma nova investigação preliminar contra a ex-candidata da direita, Keiko Fujimori, e o partido Força Popular por uma suposta «lavagem de dinheiro» durante a campanha presidencial de 2021, segundo refere a Telesur.
Trata-se de um novo elemento que se soma ao intrincado processo eleitoral peruano, que ainda não tem os resultados oficiais sobre quem será o próximo presidente, quase um mês depois de sua realização.
Segundo o procurador José Domingo Pérez, o grupo político de direita teria recebido dinheiro de suposta origem ilícita «pelo que convém sustentar que a actividade criminosa da organização não cessou na campanha de 2021, que qualificaria como crime de lavagem de dinheiro. bens nas modalidades de conversão e transferência e ocultação e posse».
O procurador indicou que as acções contra Keiko Fujimori e o seu partido se baseiam em provas recolhidas com «informações de áudios contendo comunicações telefónicas» entre o ex-assessor presidencial Vladimiro Montesinos, o ex-militar Pedro Rejas e o advogado Guillermo Sendón sobre o financiamento da campanha da presidente da Força Popular.
A nova investigação contra a ex-candidata à presidência ocorrerá no prazo de 36 meses e ocorrerá dias após a publicação dos referidos áudios, nos quais Montesinos é ouvido a propor subornar magistrados do Júri Eleitoral Nacional (JNE) a favor de Keiko Fujimori.
A ex-candidata, que também está a ser investigada por financiamento irregular nas suas campanhas presidenciais em 2011 e 2016, considera que esta nova acção demonstra a «obsessão e desejo de figuração de Pérez». A filha do ex-presidente Alberto Fujimori indicou que solicitará ao Ministério Público e a outras autoridades que excluam o promotor José Domingo Pérez deste novo caso.
Greve geral exige a proclamação de Castillo
Uma plataforma de sindicatos, associações e partidos políticos, que também rejeita a eleição do Tribunal Constitucional, convocou esta terça-feira uma greve geral para exigir a proclamação de Pedro Castillo como presidente.
Esta greve vem somar-se às manifestações que nas últimas semanas abalaram o país sul-americano, devido ao atraso na definição do vencedor das eleições de 6 de Junho, que denunciam como uma manobra a favor da derrotada candidata da direita Keiko Fujimori.
Segundo as organizações que compõem a plataforma, a direita visa «assumir o Tribunal Constitucional para que o processo eleitoral seja declarado nulo».