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|Sri Lanka

Presidente do Sri Lanka confirma que se vai demitir

Gotabaya Rajapaksa, cujo paradeiro se desconhece, confirmou que abandona a presidência do Sri Sanka na quarta-feira, depois de informar o titular do Parlamento cingalês, Mahinda Yapa Abeywardena.

Manifestantes frente à sede da Presidência em Colombo, no Sri Lanka, no dia 9 de Julho de 2022 
Manifestantes frente à sede da Presidência em Colombo, no Sri Lanka, no dia 9 de Julho de 2022 CréditosSulochana Gamage / sundayobserver.lk

O órgão legislativo do país sul-asiático decidiu realizar eleições legislativas e presidenciais até Março do ano que vem, segundo apurou o diário Daily Mirror.

Rajapaksa já tinha dado a conhecer a intenção de se demitir ao primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe, que também anunciou a sua demissão para abrir caminho à formação de um governo de unidade, com todos os partidos.

Ontem, o Sunday Observer indicava que existia consenso entre os representantes dos partidos quanto à formação de um governo interino de unidade, mas hoje, segundo aponta o Daily Mirror, vários deputados pediram a Wickremesinghe que continuasse à frente do governo e assumisse a presidência do país, de forma provisória, até às próximas eleições, para «não deixar a crise económica a meio».

Crise económica e manifestações sem precedentes

O Sri Lanka atravessa a pior crise económica desde a independência, e as greves, os protestos e manifestações contra as políticas de Rajapaksa e a sua incapacidade de lidar com a crise, que se intensificaram em Abril, com a exigência repetida de demissão do governo e do presidente da República, culminaram no sábado passado com «manifestações sem precedentes na história» país, refere o Sunday Observer.

Milhares de pessoas, provenientes de vários pontos do país e, sobretudo, dos bairros nos arredores de Colombo, a maior cidade do Sri Lanka, passaram pelas barricadas policiais e juntaram-se nas imediações da Residência Presidencial, que foi invadida. A casa particular do primeiro-ministro viria a ser incendiada.

A mesma fonte refere que, coincidindo com as grandes manifestações em Colombo, se realizaram marchas de protesto pelo país fora a exigir a demissão do presidente e do governo, que responsabilizam pela grave crise no país e acusam de incapacidade para a resolver.

Durante os protestos de sábado, que contaram com o apoio de organizações estudantis, sindicatos e outros organismos sociais, mais de meia centena de pessoas ficaram feridas, algumas delas agentes da Polícia, que efectuou disparos e usou gás lacrimogéneo para tentar dispersar os manifestantes.

Sindicatos alertam para reversão do processo

A situação de grave crise no país arrasta-se há muitos meses e não é alheia aos impactos da pandemia no importante sector do Turismo. O ano passado, as centrais sindicais levaram a cabo múltiplas acções de luta contra o aumento do custo de vida, as sucessivas subidas de preços, a crise económica e as políticas de Gotabaya Rajapaksa, que defendia não ser possível aumentar os salários.

A situação foi-se degradando, com a inflação a galopar, as autoridades do país a declararem que não tinham divisas externas, que não podiam importar combustível e outros bens essenciais.

Num contexto de elevado desemprego, poder de compra reduzido, longas filas para adquirir bens essenciais, cortes diários – prolongados – de energia, os protestos intensificaram-se a partir de Abril e nesse mesmo mês houve uma nova greve geral.

A demissão do presidente Rajapaksa é encarada como essencial para ultrapassar esta fase e os sindicatos foram deixando claro que a solução para os trabalhadores do país não passava por ele. Ontem, voltaram a reafirmá-lo e, segundo refere o periódico The Morning, disseram que estavam alerta para ver se não voltava atrás com a demissão anunciada.

Sublinhando que é necessária uma solução para a crise socioeconómica e as questões urgentes do país, questionaram por que razão a demissão não foi imediata e perguntaram por que motivo, no sábado, as autoridades atacaram alguns jornalistas e se deixaram ficar a ver algumas pessoas a queimarem a casa do primeiro-ministro.

«Deve ser uma forma de transformarem a luta pública noutra coisa qualquer», sublinharam.

No sábado, os manifestantes apresentaram um conjunto de reivindicações, que passam por medidas urgentes para aliviar a população dos efeitos da crise económica, um programa de distribuição de alimentos, combustível e gás, bem como a garantia dos direitos à educação à saúde, ao transporte público, entre outras exigências.

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