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Prémios, a forma de pagamento à contra-revolução em Cuba

Numa tentativa de escapar às denúncias de Cuba, a CIA encontrou nos prémios internacionais, alguns muito conhecidos, a fórmula de disfarçar o pagamento de dinheiro à contra-revolução em Cuba.

Créditos / Prensa Latina

Numa peça ontem publicada no portal Cubadebate, Arthur González afirma que a fórmula encontrada pela Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) permite-lhe atribuir «altas quantias de dinheiro, justificando-as com alegados actos de "luta pelos direitos humanos"», a actividades subversivas contra a Revolução cubana, numa tentativa de escapar às denúncias repetidas do país caribenho.

O texto, intitulado «Los premios, fórmula de pago a la contrarrevolución», mostra como os galardões, muitos dos quais no valor de milhares de dólares ou euros, foram atribuídos a diversas figuras da contra-revolução, sendo uma das mais conhecidas Yoani Sánchez, que se transformou em blogger depois de ser recrutada em Espanha, em 2004, pelo agente da CIA Carlos Alberto Montaner.

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Cuba continua a enfrentar acções de violência instigadas e financiadas nos EUA

Uma reportagem especial da TV cubana evidenciou o apoio da «máfia terrorista de Miami» a várias acções de sabotagem perpetradas em Cuba entre 2017 e 2020, com a conivência e a cumplicidade dos EUA.

O governo de Cuba classificou o descarrilamento de um comboio de carga, em Maio de 2019, com acção de sabotagem e acção de terrorismo; quatro pessoas afirmaram ter recebido «incitamento, organização e financiamento a partir da Florida», nos EUA
Créditos / periodicocubano.com

Numa mensagem publicada esta quarta-feira na sua conta de Twitter, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, referiu-se às provas apresentadas na TV nacional e denunciou as acções violentas levadas a cabo contra o país caribenho, organizadas e financiadas a partir dos Estados Unidos.

«A violência e o terrorismo fazem parte do plano com que pretendem desestabilizar a nossa sociedade. Fica em evidência o nível moral dos mercenários e dos seus financiadores», escreveu na rede social.

Na reportagem televisiva, acessível no canal de YouTube do portal cubadebate.cu, são apresentadas provas fílmicas do incitamento a actos de sabotagem e subversão na Ilha a partir de território norte-americano, em troca de dinheiro e promessas de emigrar.

Vários cidadãos cubanos que aparecem na reportagem contam como receberam instruções e dinheiro de pessoas e organizações radicadas no Sul da Florida (EUA), para provocarem incêndios em instalações comerciais e de serviços em Havana.


Entre os alvos contavam-se viaturas, consultórios médicos e centros educativos. De acordo com a reportagem, um dos envolvidos reuniu informação sobre o Sistema Eléctrico Nacional (SEN), que depois entregou a quem o contactou. Essa informação serviria para organizar, mais tarde, ataques ao SEN, ao mesmo tempo que eram divulgadas notícias falsas, para criar descontentamento e irritação.

Entre as sabotagens que chegaram a ser executadas, destaca-se o descarrilamento de um comboio de carga, proveniente do terminal de contentores de Mariel, infra-estrutura de grande importância para o país, localizada na província de Artemisa, cerca de 40 quilómetros a oeste de Havana.

As investigação do facto, ocorrido em Maio de 2019, conduziu à detenção dos quatro autores, que confirmaram o incitamento, a organização e o financiamento a partir da Florida. No caso, envolveram-se dois cidadãos norte-americanos de origem cubana com um vasto currículo em acções criminosas.

Como eram cidadãos residentes nos Estados Unidos, as autoridades cubanas alertaram a administração norte-americana para as «acções terroristas». A reportagem denuncia, no entanto, que, dando a aparência de actuar de forma severa, as autoridades dos EUA não assumem uma atitude de combate a estes terroristas, mas antes de protecção.

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«Com o propósito de a posicionar internacionalmente, apenas um ano depois da criação do seu blogue, a revista norte-americana Time incluiu-a, em 2008, entre as 100 pessoas mais influentes do mundo, um facto repetido, em 2021, com o contra-revolucionário Luis Manuel Otero Alcántara», lê-se no texto.

Da mesma forma, a revista People apontou Sánchez como uma das 25 pessoas mais destacadas da América Latina, «acções que serviram de base para iniciar uma precipitada cascata de prémios, algo sem termo de comparação na história da intelectualidade latino-americana», refere a fonte.

«Em 2008, por proposta do diário espanhol El País, recebeu o Prémio Ortega y Gasset, de jornalismo digital, no valor de 15 mil euros», revela a publicação, acrescentando: «Assim nascia a "estrela fulgurante" do momento, facto que foi apoiado por várias agências de imprensa e diários, os que se puseram ao serviço da CIA, como parte da Operação Mockingbird.»

Segundo o artigo, Yoani Sánchez é a cubana que mais prémios recebeu sem ter obra intelectual, graças apenas à sua acção subversiva.

Contra-revolucionários «premiados» por Espanha, Noruega, o PE

Depois de enumerar a longa lista de «distinções» atribuídas à blogger recrutada, a publicação revela que, seguindo o mesmo esquema de financiamento, em Outubro último a Fundação Oxi Day, de Washington, atribuiu o Prémio à Coragem 2021 a Otero Alcántara, o líder do grupúsculo San Isidro, no valor de cinco mil dólares.

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Cuba não renunciará ao lema «Patria o muerte», afirmam intelectuais

Intelectuais e personalidades da Ilha rejeitaram o conteúdo de uma canção gravada em Miami por artistas cubanos e reafirmaram a vigência do lema «Patria o Muerte. Venceremos», que Fidel lançou em 1960.

Créditos / fidelcastro.cu

Pedro de la Hoz, vice-presidente da União Nacional de Escritores e Artistas de Cuba (Uneac), disse à Prensa Latina que o tema «Patria y Vida», gravado em Miami (EUA) por vários artistas cubanos e recentemente lançado nas redes sociais, «vai contra ambas as coisas».

Os cantores Yotuel Romero, Descemer Bueno, El Osorbo, El Funky e o grupo Gente de Zona juntaram-se para lançar a peça que tem na letra frases como «¡Ya no gritamos Patria y muerte, sino Patria y Vida!», «el Pueblo pide libertad, no más doctrina» ou «Cuba es de toda la gente».

De la Hoz afirmou que o ritmo da canção «cola» e a melodia visa «chamar a atenção dos públicos juvenis e daqueles que foram seus seguidores», mas, em sua opinião, está «condenada de antemão a ser um fenómeno efémero propagandístico e nada mais» – e, não sem ironia, lembrou as palavras do cineasta cubano Julio García Espinosa de acordo com as quais «a fama e o talento nem sempre andam juntos».

Por seu lado, o escritor e presidente da Casa das Américas, Abel Prieto, escreveu na sua conta de Twitter que a canção é um «panfleto musical» que pretende suplantar a partir dos EUA o «cativante "Patria o muerte" dos cubanos». E acrescentou: «Se há país neste mundo que pode falar com orgulho da defesa da vida, é Cuba. Nada mais triste que um coro de anexionistas a atacar a sua terra».

Em declarações à agência Prensa Latina, o intelectual afirmou que «Cuba não renunciará ao lema Patria o Muerte, uma declaração de princípios do líder histórico da Revolução, Fidel Castro», lançada a 5 de Março de 1960, no enterro das vítimas da acção de sabotagem contra o vapor francês La Coubre [vídeo aqui].

«Parece uma piada macabra falar de pátria e vida a partir da Florida»

«São músicos populares e foram seleccionados por isso. O tema possui uma mensagem política aberta e sem matizes. Torna-se um cúmulo de lemas e uma espécie de balanço, a partir do ressentimento, de 60 anos de Revolução, com insultos próprios da pior propaganda anti-cubana», disse Prieto.

A este propósito, o ex-ministro da Cultura sublinhou que a juventude do país caribenho recebe uma «chuva incessante de mensagens da indústria hegemónica do entretenimento» e das redes sociais que apelam ao desconhecimento da História.

«Se não se olha para trás, perde-se o fio do itinerário nacional e as bases da construção do presente e do futuro. A canção reafirma um dos desejos dos inimigos da Revolução: que a acção dos movimentos subversivos se mantenha viva e adquira uma certa credibilidade ou legitimidade no povo», advertiu Prieto, sublinhando que os inimigos «não vão conseguir alcançar a tão ansiada fractura geracional» em Cuba.

«Parece uma piada macabra falar de pátria e vida a partir da Florida, onde tantas pessoas são desconsideradas durante o genocídio quotidiano que é o capitalismo e o neoliberalismo, independentemente da componente traumática que representa a crise epidemiológica mundial», disse ainda o escritor cubano.

«Patria o Muerte»: Cuba é «pátria e liberdade»

Durante o funeral das vítimas da acção terrorista contra o La Coubre, em Março de 1960, Fidel Castro, proclamou em Havana uma divisa de luta: «ahora libertad quiere decir algo más todavía: libertad quiere decir patria. Y la disyuntiva nuestra sería ¡Patria o Muerte!»

As palavras do líder histórico da Revolução cubana ganharam vida e vigência esta quinta-feira na rede social Twitter, onde diversas instuições, figuras ligadas à Cultura e personalidades de outros sectores deixaram mensagens em defesa do seu pensamento, da expressão de liberdade e da rejeição a qualquer tentativa de agressão e manipulação.


O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, evocou a canção «Pequeña serenata diurna», de Silvio Rodríguez, para afirmar os conceitos de «pátria e liberdade» legados por Fidel. Na sua conta de Twitter, disse que «assim se canta a Pátria» e partilhou um excerto da letra: «vivo en un país libre, cual solamente puede ser libre, en esta tierra, en este instante, y soy feliz porque soy gigante».

Outra figura a pronunciar-se foi o ministro da Cultura, Alpidio Alonso Grau, referindo que, «quando há muitos homens sem decoro, há sempre outros que têm em si o decoro de muitos homens. Aquí no se rinde nadie! Patria o Muerte!».

Por seu lado, o coordenador dos Comités de Defesa da Revolução, Gerardo Hernández, destacou a falta de novidade de uma «patranha» como esta: «Não se espantem com nada... Há pessoas para quem a pátria é o sítio onde mais lhe pagam. Estarão sempre dispostas a viver dela, jamais a morrer por ela.»

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Entre a lista de «galardoados», figuram o realizador de cinema Carlos Lechuga – «hiper-crítico da Revolução» – e o dramaturgo Yunior García – «cabecilha contra-revolucionário» –, ambos distinguidos pela missão diplomática da Noruega, através do Fundo Norueguês para o Cinema Cubano em 2021.

Por seu lado, Tania Bruguera, conhecida contra-revolucionária cubana, há muito ligada a actividades subversivas, recebeu já este mês o Prémio Velázquez de Artes Plásticas, entregue anualmente pelo Ministério da Cultura de Espanha, no valor de 100 mil euros – «uma clara entrega por todas as suas actividades encomendadas enquanto permaneceu em Cuba», refere o texto.

Esta forma de apoiar acções que visam destruir a estabilidade política de um país teve início com o Premio Sakharov, promovido pelo Parlamento Europeu (PE) e entregue a supostos opositores a governos não aceites pelos Estados Unidos, afirma a publicação, lembrando que, no respeitante a Cuba, já foram «galardoados» Oswaldo Payá Sardiñas, em 2002, o grupúsculo Damas de Branco, em 2005, e Guillermo Fariñas, em 2010.

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