Pelo menos 40 mortos em ataque israelita a acampamento de refugiados de Rafah

Meios da imprensa revelam que as forças israelitas utilizaram sete ou oito bombas de uma tonelada contra o acampamento de deslocados recentemente criado junto aos armazéns da agência da ONU para os refugiados palestinianos (Unrwa) na zona ocidental de Rafah.

O Crescente Vermelho palestiniano informou que as suas equipas transportaram dezenas de corpos e pessoas feridas, na sequência do ataque contra as tendas, que se incendiaram.

Disse ainda que, na maioria dos casos, os falecidos eram mulheres e crianças, e que tinham sido queimadas vivas, acrescentando que os hospitais não têm capacidade para lidar com um número de vítimas tão elevado, indica a Wafa.

Francesca Albanese denuncia o «terror no gueto de Gaza»

A relatora especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios palestinianos ocupados denunciou o ataque israelita deste domingo.

«Esta crueldade, juntamente com o flagrante desafio ao direito e ao sistema internacionais, é inaceitável», frisou a relatora das Nações Unidas, para quem a guerra no enclave palestiniano só terá fim mediante pressão externa.

Na sua conta de Twitter (X), Albanese afirmou que «Israel deve enfrentar sanções, justiça, suspensão de acordos, comércio, associações e investimentos, bem como a participação em fóruns internacionais».

De acordo com o Monitor Euro-Mediterrânico dos Direitos Humanos (Euro-Med), Israel bombardeou Rafah mais de 60 vezes no espaço de 48 horas, depois de o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) ter decretado, na sexta-feira, o fim das operações militares nessa região do enclave.

Concentração em Lisboa pelo reconhecimento do Estado da Palestina

MPPM, CPPC, CGTP-IN e Projecto Ruído associam-se na convocatória de uma concentração, esta terça-feira, às 18h, no Rossio, em Lisboa, em defesa do reconhecimento do Estado da Palestina. Também «por uma Palestina livre, pelo fim do genocídio e pelo fim da impunidade».

Numa nota publicada pelo MPPM, afirma-se que é «tempo de Portugal, seguindo o exemplo de Noruega, Espanha e Irlanda — e de 143 outros países-membros da ONU, entre os quais 18 europeus —, reconhecer formalmente o Estado da Palestina, apoiando o seu povo na luta pelos seus direitos nacionais imprescritíveis, por uma existência digna e soberana».

Nela, o organismo lembra a recomendação da Assembleia da República, aprovada em 2014, que instou o Governo a reconhecer o Estado da Palestina, bem como o facto de a Constituição da República Portuguesa, no seu artigo 7.º, consagrar o respeito pelos direitos humanos e pelo direito dos povos à autodeterminação, e o princípio da não ingerência nos assuntos internos de outros estados.

«O reconhecimento do Estado da Palestina é coerente com estes princípios constitucionais, reforçando o compromisso de Portugal com a justiça, a paz e o direito internacional», defende, sublinhando igualmente a necessidade de Portugal acabar com a cooperação militar com Israel.