As forças israelitas realizaram, esta manhã, uma operação de grande envergadura em Qabatiya, a sul de Jenin, com o objectivo de deter o ex-preso palestiniano Alaa Omar Zakarneh, cuja casa foi cercada, informa a agência Wafa.
A população respondeu ao raide, que durou várias horas, e as forças de ocupação recorreram a fogo real, balas de aço revestidas de borracha e latas de gás lacrimogéneo para dispersar os palestinianos na cidade do Norte da Cisjordânia.
Onze civis ficaram feridos, sete dos quais atingidos por fogo real. Fontes médicas do Hospital Ibn Sina informaram que cinco foram atingidos nos pés, um no abdómen e outro na cabeça.
Num relatório recente, a que a agência Prensa Latina faz referência, quatro organizações não governamentais (ONG) afirmam que, no primeiro semestre de 2022, os militares israelitas prenderam 3873 palestinianos.
O documento conjunto foi elaborado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh.
Num outro relatório conjunto, as mesmas ONG afirmam que, entre Junho do ano passado e Junho de 2022, as tropas de Telavive prenderam 9700 palestinianos.
Actualmente, há cerca de 4550 presos palestinianos nas cadeias israelitas, 700 dos quais são detidos administrativos – sem acusação nem julgamento, cuja detenção pode ser indefinidamente prolongada por períodos de seis meses.
Presos palestinianos em luta
Os presos palestinianos nas cadeias israelitas decidiram, há alguns dias, iniciar uma vaga de protestos para reivindicar o cumprimento de acordos previamente celebrados e protestar contra as medidas de repressão adicionais que lhes estão a ser impostas pelos serviços prisionais israelitas.
Como parte das acções de protesto, os presos recusam-se a sair das suas celas e devolvem a comida que lhes é fornecida. Além disso, segundo informou a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP), dissolveram os corpos que os representavam junto dos serviços prisionais de Telavive, antes de empreenderem uma greve de fome no início de Setembro, na qual se espera que pelo menos mil participem.
De acordo com a SPP, a decisão de avançar ou não com a greve de fome dependerá do fim das «medidas repressivas» que são actualmente impostas aos presos, como o aumento do tempo na «solitária», a retirada de equipamento eléctrico de várias secções prisionais e a mobilização de forças de segurança adicionais para as cadeias, em violação dos acordos que haviam sido alcançados em Março deste ano, que puseram fim aos protestos de então e às represálias israelitas que os motivaram.
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