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O direito a jogar à bola

A ação das forças armadas israelitas sobre o desporto palestiniano sempre procurou colocar em causa o desenvolvimento deste. Na maneira como condicionaram o movimento a atletas sempre esteve uma ideia de destruição.

Créditos / Tehran Times

Israel impede os palestinianos de jogar futebol, mas é defendido pela FIFA no seu direito a estar presente em competições. Da mesma forma, a Rússia não pode estar em competições, mas marca presença no Congresso da FIFA. A ausência de um discurso claro na defesa do direito à prática desportiva é uma fragilidade desta organização. 

A ação das forças armadas israelitas sobre o desporto palestiniano sempre procurou colocar em causa o desenvolvimento deste. Na maneira como condicionaram o movimento a atletas, sempre esteve uma ideia de destruição de possibilidades de crescimento e evolução daqueles que procuravam melhores condições para praticar uma modalidade. No caso do futebol, durante muitos anos foi impossível reconhecer o estatuto da Federação da Palestina, entre outros atropelos.

Recentemente, mais dois episódios se conjugam numa longa lista de ataques ao direito da prática desportiva pelas populações árabes. No final de março, o ataque com gás lacrimogéneo no estádio onde se disputava a final da Taça da Palestina, atacando de forma despropositada jogadores e adeptos ali presentes. No último fim-de-semana, um alargar da escala de incompreensão, utilizando as redes sociais do Ministério dos Negócios Estrangeiros para sublinhar a existência de crianças a jogar à bola junto à Mesquita de Al-Aqsa como um ato indigno. 

O condicionamento de Israel à Palestina é uma estratégia de ataque desproporcional a um território invadido. E o facto de essa invasão utilizar várias vezes o futebol como oportunidade para o realizar, corrompe de forma alargada o espírito do próprio jogo. É por isso que a tentativa da Indonésia excluir Israel do Mundial Sub-20 que se iria realizar no seu país e consequente retirada dessa organização ao país asiático, relança uma enorme discussão sobre como defender o desporto como campo de entendimento e diálogo. 

A situação da Rússia e da Bielorrússia também continua em cima da mesa, sobretudo com o aproximar dos Jogos Olímpicos. Por exemplo, no Congresso da FIFA realizado em Lisboa, a Federação Russa marcou presença, mesmo tendo a sua seleção excluída de provas oficiais, mas não proibida de realizar jogos amigáveis, como se verificou também no último mês. A dificuldade de se encontrar uma linha de pensamento que seja consistente para todas as ocasiões leva a uma crescente visão da FIFA como parte do problema e não como parte da solução.

Uma defesa intransigente do direito à prática desportiva, a utilização do desporto como via de diálogo pacífico, são elementos fundamentais para que as grandes instituições desportivas se posicionem de forma clara e inequívoca perante aqueles que olham o desporto como um elemento de liberdade e não de perseguição.


O autor escreve ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 (AO90)

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