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|liberdade de expressão

Universidade de Jerusalém suspende professora por denunciar genocídio em Gaza

O presidente e o reitor da Universidade Hebraica de Jerusalém suspenderam a professora Nadera Shalhoub-Kevorkian, após esta denunciar o genocídio do povo palestiniano e pedir a abolição do sionismo.

Uma mulher carrega o corpo do seu filho, morto num ataque aéreo israelita contra uma casa no campo de refugiados de Khan Younis, no sul da sitiada Faixa de Gaza, em 8 de Novembro de 2023. A constante agressão de Israel à Faixa de Gaza, desde 7 de Outubro, fez até agora mais de 10 300 mortos e cerca de 26 mil feridos.
CréditosHaitham Imad / EPA

O afastamento da académica palestiniana Kervokian «atendeu à solicitação de uma carta de 30 fascistas à direcção da Universidade Hebraica e logo teve o protesto de 100 professores contra a arbitrariedade que, segundo os professores, suprime o direito de expressão na principal universidade israelita», lê-se n'a Hora do Povo.

Segundo os docentes, acrescenta o online, a «expulsão de Nadera Shalhoub-Kevorkian fere a liberdade de expressão e destrói o papel da Universidade enquanto centro de debate e busca da verdade científica. Em causa está uma entrevista dada no passado dia 11, depois de uma petição encabeçada pela professora de Direito a exigir o fim do genocídio e da «ultrajante violação» dos direitos das crianças palestinianas, e o cessar-fogo imediato, enquanto denunciava a sabotagem das forças israelitas à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. 

O documento subscrito por mais de 1000 académicos de diversos países afirma-se como um apelo do interior da Palestina e de Israel «por uma solução política de longo termo, cuja premissa é o fim da actual ocupação da Palestina pelo regime de apartheid de Israel».

São «75 anos de ocupação colonial na Palestina e 17 anos nos quais Gaza se tornou algo muito próximo a uma prisão a céu aberto», denuncia a petição, após a qual a direcção da Universidade Hebraica de Jerusalém pediu a Kervokian que renunciasse, o que a professora se recusou a fazer.

Numa entrevista ao israelita Canal 12, na segunda-feira, a professora de Direito denunciou o genocídio do povo palestiniano levado a cabo por Israel e admitiu a necessidade de abolir o sionismo. «Não pode continuar, é criminoso», disse. Acusando-a de «tirar vantagem da sua condição académica para o incitamento e criação de divisionismo», no dia seguinte a Universidade afirmou num comunicado que «se orgulha de ser uma instituição pública e sionista», e que decidiu suspender a docente «com efeito imediato», alegando assim «garantir um ambiente seguro e de boa conduta para os estudantes no campus».

«Se permitirmos que a injustiça feita à professora Nadera Shalhoub-Kevorkian passe, ninguém estará seguro. A liberdade de expressão e de pesquisa é o cerne da academia e, sem isso, ela não tem o direito de existir. A menos que a liderança da Universidade se retrate de sua vergonhosa decisão, as portas abrem-se a uma obscurantista onda de opressão», afirmou a organização de professores Academia por Igualdade. 

Também a Rede Palestina-Global de Saúde Mental se pronunciou contra a suspensão de Shalhoub-Kevorkian pela Universidade Hebraica, salientando que «não é apenas uma académica respeitada nas áreas do serviço social e do direito, mas também uma académica feminista de renome mundial, cujo extenso trabalho iluminou os impactos multifacetados da militarização, da vigilância e da violência nas vidas das mulheres e crianças palestinianas».

Em Outubro, o Middle East Eye alertava que os estudantes palestinianos estavam a ser alvo de perseguição nas universidades israelitas, sendo denunciados aos seus professores e, em muitos casos, suspensos. 

Segundo revelou esta sexta-feira o Ministério palestiniano da Saúde, a agressão diária das forças israelitas à Faixa de Gaza, desde o passado dia 7 de Outubro, fez até agora perto de 31 500 mortos e mais de 73 mil feridos. 

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