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Nova Democracia vence eleições na Grécia

Com 39,8% dos votos e 158 deputados, a direita chega ao poder. O Syriza, que chegou a ser cunhado como «esquerda radical» e andou anos a servir o capital como melhor pôde, deixa o governo.

Angela Merkel, chanceler alemã, disse ao seu homólogo grego, Alexis Tsipras, para aceitar o acordo para o terceiro «resgate» à Grécia. 26 de Junho de 2015, Berlim, Alemanha
Angela Merkel, chanceler alemã, disse ao seu homólogo grego, Alexis Tsipras, para aceitar o acordo para o terceiro «resgate» à Grécia. 26 de Junho de 2015, Berlim, AlemanhaCréditos / Reuters

A «direita de sempre», Nova Democracia, ganhou as eleições legislativas que este domingo se realizaram na Grécia, tendo obtido a maioria absoluta no Parlamento, uma vez que, de acordo com a lei eleitoral vigente na Grécia, ao partido mais votado são atribuídos mais 50 deputados.

Kyriakos Mitsotakis, que prometeu crescimento económico e cortes nos impostos para cidadãos e empresas, será o novo primeiro-ministro, devendo ainda esta segunda-feira apresentar-se ao presidente da República, Prokopis Pavlopoulos, para jurar o cargo.

O Syriza abandona o governo e passa a principal força da oposição, com 31,5% do sufrágio e 86 deputados. Seguem-se a coligação Movimento da Mudança (onde figura o Pasok), com 8,1% (21 deputados), o Partido Comunista (KKE), com 5,3% (15), a Solução Grega, com 3,7% (dez), e o MeRA25, partido do ex-ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, com 3,4% (nove).

A direita que sabe que é direita e a esquerda que afinal não o era

Na rede social Twitter, esta manhã não faltavam comentários sobre o regresso da «direita de sempre» ao governo na Grécia, a lembrar a «estrondosa derrota» de Alexis Tsipras ou as ilusões que a vitória do seu partido, em 2015, gerou – na Grécia e fora dela.

O engano, para alguns, durou pouco. Às vitórias de tal «esquerda» em Janeiro e Setembro de 2015, seguiram-se greves gerais sucessivas e manifestações com dezenas de milhares nas ruas de Atenas e Salónica. É que as infra-estruturas (portos, aeroportos) estavam a ser privatizadas e as reformas legislativas que afectaram trabalhadores, pensionistas e a população grega em geral seguiam-se ao ritmo das exigências da troika do capital.

Desemprego elevado, recessão económica, situação de ruptura social – tudo para agradar aos credores e em nome do «alívio da dívida». Afinal, aquela «esquerda» – que enganara o povo grego com o chamado programa de Salónica (não aplicado) e com o referendo sobre o terceiro resgate (não respeitado) – era outra coisa, ao serviço do capital. No entanto, Tsipras disse ontem que sai do governo com a «cabeça erguida» e que, enquanto líder da oposição, irá continuar a batalhar pelos valores da «esquerda», segundo refere a Euro News.

A extrema-direita continua lá

Um dado importante desta jornada eleitoral é o facto de os neonazis do Aurora Dourada – que chegaram a ter 21 deputados no Parlamento grego – não terem conseguido os 3% necessários para alcançarem representação parlamentar (ficaram-se agora pelos 2,9%).

Por outro lado, o partido Solução Grega (EL), nacionalista de extrema-direita, fundado em 2016 pelo «multifacetado» Kyriakos Velopoulos, obteve 3,7% dos votos e dez deputados. Em declarações à imprensa depois de votar, Velopoulos lembrou que o lema do seu partido é «Os gregos primeiro, a Grécia primeiro», tendo afirmado que será «a verdadeira voz da oposição para defender os direitos dos trabalhadores, especialmente dos gregos».

Solução Grega e Aurora Dourada obtiveram, juntos, uma percentagem idêntica à que o partido neonazi alcançou nas eleições de Setembro de 2015 (6,9%).

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