No seu portal, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) declara o apoio ao apelo unitário à mobilização, cujo texto pode ser consultado em marchespourlajustice.fr/appel. Ontem à tarde, estava anunciado o apoio de 135 organizações e estavam agendadas mais de 80 mobilizações pelo país fora.
A este propósito, a CGT lembra que, no passado dia 27 de Junho, um jovem foi morto pela Polícia. Nahel, como se chamava, «foi a 15.ª vítima de um tiroteio fatal por "recusa em obedecer" desde 1 de Janeiro de 2022».
A «execução» provocou várias noites de revoltas urbanas e levou a um destacamento de forças e meios sem precedentes, afirma a central sindical, sublinhando que «a repressão foi feroz, com quase 4000 detenções (incluindo mais de mil menores), duas mortes e mutilações irreversíveis».
«O assassinato de Nahel voltou a lançar luz sobre a violência policial injustificável e o racismo sistémico que afecta fortemente as forças da ordem», afirma a CGT, considerando que esta situação é encorajada por «declarações facciosas de alguns sindicatos policiais e por uma cultura de impunidade dos autores da violência policial mantida pela instituição».
«Obcecado em manter um sistema desigual que beneficia os ultra-ricos e precariza a grande maioria da população, o governo utiliza métodos autoritários para acabar com qualquer contestação», denuncia a estrutura sindical.
«Os obstáculos às liberdades públicas multiplicam-se», «com proibições de manifestações, uma doutrina de manutenção da ordem denunciada pelas principais instituições internacionais, tentativas de dissolução de associações…».
Neste contexto, alerta a CGT, «as liberdades sindicais são gravemente violadas com uma criminalização cada vez maior das acções – sobretudo as da CGT», num processo que «se acelerou desde a aprovação da reforma das pensões».
Exemplos de que «se passou uma linha vermelha» são os da intimação a Sébastien Menesplier, membro da direcção nacional da CGT, ou a acusação contra David Bodin, secretário da União Departamental da CGT de Deux-Sèvres.
A central sindical, que há vários anos alerta para «os estragos das políticas de austeridade e de precarização», afirma que «a degradação dos serviços públicos e do comércio, especialmente nos bairros populares, após a morte de Nahel, deteriorou ainda mais as condições de vida e de trabalho».
«Num contexto de inflação elevada e de queda do poder de compra, Macron prossegue uma política regressiva que favorece a extrema-direita, agrava as desigualdades sociais e atropela o nosso modelo social ao estigmatizar os mais fracos com reformas destrutivas», denuncia a CGT.
Assim, a central sindical exige respostas imediatas e urgentes, que passam, entre outras, pela revogação da lei sobre flexibilização das regras relativas à utilização de armas de fogo pelas forças da ordem; uma reforma profunda da Polícia, das suas técnicas de intervenção e armamento; um plano de investimento público nos bairros populares e em todo o território para restaurar os serviços públicos, o financiamento de associações e centros sociais; e o respeito pelas liberdades sindicais, pelos direitos à greve e de manifestação, e pela liberdade de expressão.
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