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Mais protestos no Peru, entre denúncias de militarização e ingerência dos EUA

Esta madrugada, registaram-se fortes confrontos na região de Ica. Boluarte continua a ser criticada pela militarização do país e um grupo de advogados anunciou uma queixa por crimes contra a humanidade.

Manifestantes em Lima, alvo de forte repressão 
Manifestantes em Lima, alvo de forte repressão CréditosJuan Zapata / Wayka

Diversos meios de informação publicaram nas redes sociais vídeos com imagens de confrontos e repressão policial esta madrugada em Los Álamos, no departamento de Ica.

Segundo refere a TeleSur, os manifestantes contra o governo golpista de Dina Boluarte foram atacados por polícias à paisana e membros de agências de segurança privada, havendo a registar vários feridos e mortos por impacto de bala – mas não apresenta um número específico.

A repressão sobre os manifestantes que, desde 7 de Dezembro, se mobilizam pela demissão de Dina Boluarte – que tomou posse nesse dia como presidente do Peru, depois de o Congresso ter destituído Pedro Castillo – também tem atingido fotojornalistas, denunciou a Associação Nacional de Jornalistas (ANP).

«Exigimos o fim da repressão policial e garantias para o trabalho jornalístico e o direito ao protesto», declarou a presidente da ANP, Zuliana Laynez, citada pela Prensa Latina.

Manifestação em Lima, no dia 24 de Janeiro de 2023 // Juan Zapata / Wayka

De acordo com a associação, no dia anterior a polícia atingiu nas pernas quatro fotojornalistas quando realizavam o seu trabalho na cobertura de uma manifestação em Lima, que foi violentamente reprimida.

Trata-se de Sebastián Castañeda, da Reuters; Ernesto Benavides, da AFP; Juan Zapata, do portal Wayka, e Guadalupe Pardo, independente.

Manifestantes contra a «influência» norte-americana no Peru

Ontem à tarde, em Lima, centenas de manifestantes provenientes das regiões sul-andinas realizaram uma concentração frente à Embaixada dos EUA no país sul-americano, para denunciar a «influência» que Washington ali tem.

Por isso, gritaram repetidamente «Fora, yanquis!», bem como palavras de ordem relacionadas com as exigências que os têm movido ao longo das últimas semanas: a demissão de Dina Boluarte, a libertação de Castillo, eleições antecipadas já este ano, o encerramento do Congresso, uma Assembleia Constituinte e uma nova Constituição.

A presença dos manifestantes, sobretudo indígenas e vestidos com trajes típicos, indica a fonte, causou alguma surpresa no bairro exclusivo de Surco, onde fica a embaixada, que, além do cordão policial que a protegia, teve direito a franco-atiradores com uniformes de combate no topo.

Queixa no Tribunal Penal Internacional

Um grupo de 46 advogados peruanos anunciou, na terça-feira, que vai apresentar uma queixa por crimes contra a humanidade contra a presidente de facto, Dina Boluarte, pelas mais de 50 mortes registadas durante os protestos contra o golpe de Estado, sobretudo no Sul do país.

Clara Salinas Quispe, representante do grupo, disse que a queixa inclui o primeiro-ministro, Alberto Otárola, e o chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas, general Manuel Gómez de la Torre.

São ainda visados os ex-ministros do Interior César Cervantes e Víctor Rojas, bem como os congressistas da extrema-direita Jorge Montoya e Patricia Chirinos, entre outros.

Manifestação em Lima no dia 24 de Janeiro de 2023 // Juan Zapata / Wayka

«Têm de assumir a sua responsabilidade, não é possível que esses crimes fiquem por investigar», disse Quispe, acrescentando que os 46 advogados são de cidades das regiões de Puno e Arequipa.

Cerco ao Sul andino, sobretudo a Puno

Entretanto, o governo de facto do Peru prolongou o recolher obrigatório entre as 20h e as 4h no departamento de Puno – que tem sido palco de grandes mobilizações desde 4 de Janeiro – por dez dias, a partir de dia 25, e mandou tropas para a região.

Em declarações à imprensa estrangeira, Boluarte disse que «Puno não é o Peru» – afirmação pela qual se desculpou em seguida, mas que lhe valeu fortes críticas, também da parte do governador da região, Richard Hancco.

Hancco mostrou-se ainda indignado por a presidente de facto insistir que os protestos são promovidos pelo narcotráfico, pela extracção mineira ilegal e pelo contrabando.

«O mesmo efeito [de revolta] tem a insinuação de que as mortes em Puno por armas de fogo resultariam de disparos entre manifestantes e não da Polícia», frisou.

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