Um grupo de deputados britânicos do Parlamento e da Câmara dos Lordes assinou uma declaração urgente em que se manifesta «profundamente alarmado» perante a intensificação das ameaças militares da administração norte-americana à Venezuela.
O documento, intitulado «Declaração Urgente: Não à Guerra de Trump contra a Venezuela», foi promovido pela Campanha de Solidariedade com a Venezuela (VSC), tendo angariado um forte apoio também fora do parlamento, nomeadamente no seio do movimento sindical e do movimento pela paz no Reino Unido.
Entre os signatários iniciais encontram-se figuras destacadas, como os deputados Jeremy Corbyn, Richard Burgon, Diane Abbot ou John McDonnell, bem como dirigentes dos sindicatos NEU, TSSA, BFAWU e GFTU, e as organizações CND e Stop the War Coalition.
Os signatários mostram-se bastante preocupados com a recente escalada militar dos EUA, que inclui o destacamento de uma grande frota naval (com navios de guerra, bombardeiros e milhares de soldados) no Mar das Caraíbas, perto da costa venezuelana.
O texto refere-se à confirmação pública por parte de Donald Trump de que a CIA foi autorizada a realizar operações secretas no país sul-americano e lembra que «os ataques norte-americanos contra pequenas embarcações venezuelanas – com o pretexto da "guerra contra as drogas" – mataram dezenas de civis».
«Existe um receio profundo de que a intervenção militar dos EUA na Venezuela seja o primeiro passo para uma escalada militar mais ampla por parte de Trump na América Latina», alerta o texto, que lembra o «longo historial» dos EUA de «interferências no continente, onde as chamadas "mudanças de regime" causaram sofrimento generalizado e danos duradouros».
Neste sentido, os signatários declaram a sua rejeição da escalada militar e lançam um apelo «a todos os que defendem a paz para que digam claramente: Não à guerra de Trump contra a Venezuela».
Os Estados Unidos mantêm nas Caraíbas o maior destacamento militar dos últimos anos – ao qual se juntou, na semana passada, o maior porta-aviões do mundo.
No âmbito desta presença militar, que justifica com o combate ao narcotráfico, Washington matou dezenas de pessoas no Pacífico e nas Caraíbas – aquilo que as Nações Unidas classificaram como «execuções extrajudiciais», à margem do direito internacional.
Um eventual ataque à Venezuela inscrever-se-ia no longo historial de intervenções militares, ingerências e operações secretas levadas a cabo por Washington na região da América Latina e Caraíbas desde o século XIX até à actualidade.
Só na América Central e Caraíbas o rol de visados abrange México, Honduras, Nicarágua, Guatemala, El Salvador, Panamá, Granada, República Dominicana, Haiti e Cuba. Na América do Sul: Argentina, Uruguai, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela – sob diferentes formatos.
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