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Israel será responsabilizado pelo massacre de Jericó, garante governo palestiniano

Depois de as forças israelitas terem matado cinco palestinianos em Jericó, o Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou que não vai abrandar até que Israel seja responsabilizado pelos seus crimes.

Projécteis de balas do ataque do Exército israelita a uma casa no campo de refugiados de Aqbat Jabr, em Jericó, a 6 de Fevereiro de 2023 
CréditosSuleiman Abu Srour / Wafa

«O Estado da Palestina lamenta os recorrentes assassinatos selectivos por parte de Israel e a utilização ilegal da punição colectiva, em flagrante violação dos princípios mais elementares de humanidade, moralidade, dignidade e estado de direito», diz o Ministério num comunicado citado pela Wafa.

Acrescenta que as forças de ocupação israelitas mataram cinco palestinianos e feriram dezenas durante o raide levado a cabo ontem de manhã no campo de refugiados de Aqbat Jabr, em Jericó – que estava sob cerco israelita há mais de uma semana.

«Desde o início deste ano, Israel matou mais de 40 palestinianos com total impunidade e sem prestar contas», denuncia o texto.

«Todo o povo palestiniano a viver sob a ocupação ilegal de Israel está protegido pelo direito internacional. A punição indiscriminada e os massacres de palestinianos por parte de Israel são crimes de guerra e crimes contra a humanidade, e exigem acções para lá das condenações», aponta o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Buracos de balas numa porta atingida pelas forças israelitas no campo de refugiados de Aqabt Jabr, perto de Jericó, na Margem Ocidental ocupada, a 6 de Fevereiro de 2023  Créditos

E acrescenta: «Não se trata de um ciclo de violência, mas de uma campanha de assassinatos selectivos contra o povo palestiniano. Israel continua a violar as suas obrigações para com a população protegida e ignora o seu dever de acabar com a ocupação.»

«Seja sem Gaza, Jenin ou Jericó, Israel está a tentar criar factos consumados no terreno para manter a sua ocupação ilegal e o seu regime de apartheid, e prosseguir com as suas políticas de anexação», alerta, antes de pedir à chamada comunidade internacional e ao secretário-geral das Nações Unidas que actuem, de forma rápida e concreta, para defender o direito internacional e proteger o povo palestiniano.

Liga Árabe condena «guerra aberta» contra o povo palestiniano

Igualmente ontem, a Liga Árabe posicionou-se contra a «guerra aberta e os crimes organizados de Israel» contra o povo palestiniano, na sequência do raide a um campo de refugiados perto de Jericó, na Cisjordânia ocupada.

Em comunicado, o secretário-geral adjunto para a Palestina e os Territórios Árabes Ocupados na organização, Saeed Abu Ali, disse que o novo crime ocorre na «ausência de uma atitude internacional eficaz e do silêncio e da apatia da comunidade internacional em relação ao aumento de violência israelita nos territórios ocupados».

Responsabilizando o governo israelita pelo facto, também condenou a política de bloqueio total imposta pelas autoridades de ocupação israelitas à cidade de Jericó há dez dias, «no quadro da punição colectiva às cidades e civis palestinianos, numa clara violação de todas as normas e pactos internacionais», refere a Wafa.

Abu Ali pediu às instâncias internacionais que assumam as suas responsabilidades, actuem com celeridade e utilizem todos os meios para pressionar Israel e acabar de imediato com esta «agressão criminosa».

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