Os dados foram revelados pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril. Em comunicado, o director da comissão, Qadri Abu Bakr, disse que estes menores, residentes na Margem Ocidental e em Jerusalém Oriental ocupadas, se encontram em três prisões israelitas: Damon, Megiddo e Ofer.
As três prisões carecem dos elementos básicos à vida humana, afirmou Abu Bakr, advertindo que estes menores presos «são submetidos a tortura e a tratamento degradante que violam os princípios internacionais dos direitos humanos», informa a PressTV.
O director do organismo de defesa dos presos referiu que as forças israelitas prenderam mais de 17 mil menores palestinianos desde 2000, havendo registo de detenções de crianças com idades inferiores a dez anos. A maioria destes menores sofreram torturas físicas e psicológicas, insistiu.
Abu Bakr acusou as Nações Unidas e organizações internacionais de defesa dos direitos humanos de não terem conseguido «dar a mínima protecção às crianças palestinianas» face aos abusos físicos e psicológicos que enfrentam nas cadeias israelitas.
Neste sentido, instou o secretário-geral da ONU, o Conselho dos Direitos Humanos e outros organismos internacionais a actuarem depressa e com empenho para pressionar Telavive a libertar todos os prisioneiros palestinianos, em especial as crianças, cujas vidas estão ameaçadas também pela pandemia do coronavírus, noticia a agência WAFA.
Autoridades israelitas recusam-se a libertar as crianças, apesar dos apelos internacionais
Este domingo, o Clube dos Prisioneiros Palestinianos (CPP) denunciou, em comunicado, a recusa das autoridades israelitas em libertar as crianças presas, fazendo ouvidos moucos aos apelos reiterados de vários organismos internacionais, reforçados no contexto de propagação da pandemia de Covid-19.
O texto, publicado por ocasião do Dia da Criança Palestiniana e a que a PressTV faz referência, sublinha as más condições das cadeias onde as crianças são mantidas, bem como a violência a que são submetidas. Assim, o CPP exorta os organismo internacionais, com destaque para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a intervirem de imediato com vista à libertação dos menores.
Em 2019, uma comissão composta por especialistas independentes das Nações Unidas expressou particular preocupação com as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos».
Da crianças «detidas no sistema militar israelita […] a maioria [é] por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinalou a comissão, denunciando o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender», lia-se no texto da ONU.
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