O estudo é revelador da tendência maioritária para o «Não» na pergunta sobre a criação de bases estrangeiras, que integra a consulta popular do próximo dia 16 de Novembro, proposta pelo presidente equatoriano.
De acordo com a Clima Social, 43% dos inquiridos em Outubro manifestaram-se contra essa proposta de Noboa, enquanto 38% se mostraram favoráveis e 17% disseram não ter tomado uma decisão.
Ainda assim, Daniel Noboa mostra-se confiante num resultado que satisfaça os seus propósitos, e esta quarta-feira voltou a receber, pela segunda vez em três meses, a secretária da Segurança Nacional dos Estados Unidos, Kristi Noem.
Organizações políticas e sociais equatorianas consideram que a soberania nacional fica sob ameaça se for alterado o artigo 5 da Constituição, no qual se estabelece que o Equador é um território de paz e se proíbe de forma explícita a instalação de bases estrangeiras com fins militares no país.
No programa «Conversando com Correa», da RT, Luisa González, ex-candidata à presidência do Equador, destacou que, acima de tudo, Noboa «quer entregar o nosso país, a nossa soberania, a gestão dos recursos do Equador ao poder económico estrangeiro e a forças militares estrangeiras».
Já os apoiantes do presidente equatoriano parecem seguir a argumentação por este apresentada, que alude a questões de insegurança interna e à necessidade de cooperação logística e militar.
Kristi Noem novamente no Equador
Esta quarta-feira, a secretária norte-americana da Segurança Nacional chegou ao país sul-americano em visita oficial – a segunda em menos de três meses –, com uma agenda centrada na avaliação de locais para eventual instalação de bases.
Noem aterrou na localidade de Manta (província de Manabí), precisamente o local onde há 16 anos foi encerrada uma base do Comando Sul dos EUA.
Além de Manta, onde o presidente equatoriano e a secretária norte-americana se reuniram à porta fechada, Kristi Noem visitou a Base Aérea Cosme Rennella, em Salinas (província de Santa Elena).
Segundo revela a Prensa Latina, não houve declarações à imprensa. Já a porta-voz da presidência equatoriana, Carolina Jaramillo, indicou que a ida às instalações estratégicas de Manta e Salinas visa consolidar mecanismos de cooperação técnica entre ambos os países, incluindo a criação de bases.
«O Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos protege o país contra ataques terroristas», disse a porta-voz equatoriana, citada pela TeleSur, sem aludir directamente a uma eventual presença de tropas norte-americanas no país – tema que suscita muita polémica.
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