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|Síria

Impor sanções à Síria e organizar conferências «humanitárias» é «hipocrisia»

A Conferência de Bruxelas, recentemente realizada com o alegado propósito de «ajudar» os sírios, carece de legitimidade para Damasco, desde logo pelo facto de o governo sírio não ter sido convidado.

Vista do campo de refugiados de Rukban, na região síria de al-Tanf, junto à fronteira com a Jordânia
Autoridades russas e sírias denunciaram, há um mês, que os EUA apreendem a ajuda enviada pela ONU aos refugiados no campo de Rukban e a distribuem por grupos extremistas aliados Créditos / sott.net

A República Árabe da Síria denunciou a celebração da quinta Conferência de Bruxelas, também referida como Conferência de Doadores, sem que tenha sido endereçado um convite ao governo de Damasco, «a parte que se ocupa dos assuntos do povo sírio e o principal parceiro das Nações Unidas», afirmou o Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros numa carta dirigida ao secretário-geral da ONU e ao presidente do Conselho de Segurança.

A missiva segue-se à realização, esta semana, de um evento co-organizado pela União Europeia (UE) e pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre «ajuda ao futuro da Síria e da região», que contou com a participação de vários países europeus, de diversas agências da ONU, do Fundo Monetário Internacional (FMI), de representantes da «sociedade civil» síria, dos Estados Unidos, da Austrália, da Arábia Saudita, da Turquia, do Japão, da Coreia do Sul, entre outros.

No final do encontro de dois dias, muito centrado na «situação humanitária» da Síria e na necessidade de um «acordo político» no país árabe, os participantes comprometeram-se a doar 5,3 mil milhões de euros, em 2021 e mais além, à Síria e aos países vizinhos que albergam o maior número de refugiados sírios.

Alguns dos países europeus, os EUA e seus aliados do Médio Oriente presentes no evento são há muito apontados por Damasco – e não só – como os grandes instigadores da guerra de agressão movida contra o país levantino, nomeadamente por via do apoio prestado a vários grupos terroristas no terreno, desde 2011, com o objectivo de derrubar o governo de Bashar al-Assad e forçar uma mudança de regime.

Além disso, EUA e UE têm vindo a impor uma bateria de medidas coercivas unilaterais contra o país árabe, de modo a dificultar a recuperação económica, a reconstrução de infra-estruturas e a luta contra o terrorismo por parte do governo sírio, que as qualifica como uma «punição colectiva e terrorismo económico».

Hipocrisia e ilegitimidade

Nas cartas dirigidas à ONU, a diplomacia síria rejeita a insistência dos organizadores em afirmar que procuram apoiar o povo sírio e mobilizar outros países a doar dinheiro para esse efeito, sublinhando que a conferência se «tornou um instrumento de pressão e chantagem nas mãos dos países doadores para impor a sua vontade sobre os mecanismos de fornecimento de ajuda humanitária e de politização do trabalho humanitário», informa a agência SANA.

O texto acrescenta que a participação da ONU na presidência da conferência, tendo em conta a ausência do governo sírio, constitui uma «clara violação dos princípios da Carta das Nações Unidas e resoluções pertinentes do Conselho de Segurança, que exigem o respeito pela soberania, a independência, a unidade e a integridade territorial da Síria».

A abordagem enviesada à questão humanitária pelos participantes na Conferência de Bruxelas foi alvo de mais críticas por parte do Ministério: «A imposição de sanções e a sua renovação, pela UE e os EUA – apesar dos seus efeitos negativos e da pandemia de Covid-19 –, e a organização desta conferência em simultâneo reflectem a hipocrisia ao lidar com a situação humanitária na Síria», denuncia o texto.

«Fornecer ajuda humanitária não é compatível com a imposição de sanções unilaterais, que se tornaram uma forma de terrorismo económico», afirma o Ministério, que destaca a importância de uma «cooperação séria e construtiva com o governo da Síria», bem como do «apoio aos seus esforços e dos seus parceiros humanitários», por forma a melhorar as condições de vida do povo sírio e a ajudar os sírios onde quer que se encontrem.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros lembra ainda aos participantes no evento de Bruxelas que «o centro de acção humanitária na Síria é Damasco e nenhuma outra cidade».

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