A denúncia partiu da Confederação de Funcionários do Estado (Cofe), que anunciou a sua adesão à greve geral e às mobilizações convocadas pela central sindical PIT-CNT para a próxima quarta-feira.
A Cofe destacou a importância dos pontos apresentados pela plataforma reivindicativa, em que se inclui «a defesa dos serviços públicos, dos salários, do trabalho e dos direitos conquistados».
O seu secretário-geral, José Lorenzo López, disse à imprensa que a mobilização é fundamental, ainda mais tendo em conta que se realiza no contexto do debate orçamental, no Senado, com o governo de Lacalle Pou a apostar no agravamento dos cortes, das reduções salariais e da eliminação de postos de trabalho no sector público.
Este projecto, denunciou, tem impacto ainda nas políticas sociais e desmantela grande parte dos serviços que o Estado deve prestar.
López sublinhou que não são apenas os funcionários públicos e as suas famílias a sofrerem com a perda de poder de compra e a política de cortes, mas também os pensionistas e reformados, bem como o mercado interno.
Na greve geral desta quarta-feira será feita também a defesa dos direitos à habitação, à saúde e à educação pública, linhas centrais «do que sempre foi a luta histórica do movimento sindical», disse.
Maior jornada de luta da última década
Por seu lado, Daniel Diverio, secretário-geral do Sindicato Único Nacional de la Construcción y Anexos (Sunca), afirmou que a greve geral será «uma demonstração da unidade do campo popular», tendo sublinhando que as mobilizações e plenários recentes fazem prever uma jornada de luta «histórica».
Em declarações recolhidas no portal do PIT-CNT, Diverio disse que haverá uma forte participação de muita gente não filiada na central sindical, que pertence a outros âmbitos da sociedade, sobretudo do mundo rural, onde também existe grande preocupação com a situação actual do Uruguai.
Por isso, reiterou a ideia de Marcelo Abdala, secretário-geral do PIT-CNT, de que será «a maior e mais forte mobilização da última década», com «uma diversidade, amplitude e riqueza programática ainda maior».
«Penso que será uma grande demonstração de unidade do campo popular», disse Diverio, destacando que este «conseguiu reconstruir-se, historicamente, nos momentos complexos».