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Forças israelitas mataram dois palestinianos na Margem Ocidental ocupada

Dois palestinianos foram mortos pelas forças israelitas, esta terça-feira, na Cisjordânia. Em Hebron, uma escola palestiniana foi atacada esta quarta-feira e dezenas de crianças inalaram gás lacrimogéneo.

Forças isrealitas atacaram uma escola em Hebron com gás lacrimogéneo (imagem de arquivo)
Forças isrealitas atacaram uma escola em Hebron com gás lacrimogéneo (imagem de arquivo) Créditos / Middle East Monitor

Em Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, Mohammad Shaheen, de 23 anos, ficou gravemente ferido após ser atingido no coração por uma bala disparada por soldados israelitas, vindo a falecer uma hora mais tarde, refere no seu portal o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), tendo como base a informação divulgada pelo Ministério palestiniano da Saúde.

A mesma fonte indica que o exército de ocupação abriu fogo sobre jovens palestinianos que lançavam pedras depois de os soldados israelitas terem invadido a localidade. Pelo menos 40 pessoas foram tratadas no local pelo Crescente Vermelho palestiniano, apresentando ferimentos de balas de borracha e sintomas de inalação de gás lacrimogéneo.

Também ontem, na Cidade Velha de Hebron (Sul da Cisjordânia ocupada), as forças israelitas mataram a tiro outro palestiniano, identificado como Yaser Fawzi Shweiki, de 27 anos.

Os soldados do exército de ocupação abriram fogo contra o palestiniano alegando que ele os tentou atacar com uma faca nas imediações do colonato ilegal de Kiryat Arba. O jovem, ferido, foi deixado no chão a esvair-se em sangue, enquanto as ambulâncias palestinianas foram impedidas de lhe prestar assistência, refere a agência Wafa.

O Supremo Conselho Judicial palestiniano informou que Shweiki trabalhava num tribunal palestiniano em Hebron e denunciou a sua morte como «um crime desprezível», revela o MPPM no seu portal, acrescentando que o pai do jovem relatou que ele estava a distribuir avisos do tribunal quando foi morto. Em seguida, as forças israelitas fecharam postos de controlo militares na Cidade Velha de Hebron, impedindo os palestinianos de os atravessarem para se dirigiram às suas casas.

O MPPM lembra que Hebron está dividida em duas áreas: H1, controlada pela Autoridade Palestiniana, que compreende cerca de 80% da cidade e onde residem cerca de 175 mil palestinianos; e H2, controlada por Israel, que inclui a maior parte da Cidade Velha. Nesta área, cerca de 800 colonos israelitas «particularmente violentos, protegidos pelos militares sionistas, vivem em cinco colonatos ilegais, no meio de 40 mil palestinianos».

Dezenas de crianças feridas após ataque de forças israelitas

Esta quarta-feira, soldados israelitas atacaram uma escola primária em Hebron, disparando repetidamente bombas de gás lacrimogéneo contra as crianças que entravam nas instalações escolares, segundo revelaram fontes locais referidas pela agência Ma'an.

Dezenas de estudantes sofreram efeitos de asfixia resultantes da inalação de gás lacrimogéneo e tiveram de ser tratadas num hospital. Os professores da escola disseram ainda à agência que as forças israelitas, fortemente armadas, invadiram a escola, provocando o pânico entre as cerca de 370 crianças que ali se encontravam, bem como a interrupção das aulas.

Os estudantes palestinianos são acossados com frequência pelos colonos e pelas forças isarelitas na cidade de Hebron. Exemplo disso são os ataques ocorridos a 21 de Fevereiro ou a 16 de Dezembro.

Sistema educativo alvo de ataques constantes

No relatório anual relativo a 2017, publicado pelo Ministério palestiniano da Educação em Março de 2018, registam-se inúmeros ataques do governo israelita ao sistema educativo palestiniano. De acordo com o documento, citado pela Ma'an, 80 279 crianças e 4929 professores, bem como membros do pessoal auxiliar foram «alvo de ataques» de colonos ou soldados israelitas.

O texto revela que nove estudantes foram mortos e que 603 estudantes, 55 professores e membros do pessoal auxiliar foram atingidos com fogo real ou balas de borracha durante os raides israelitas contra as escolas.

Muitas dezenas de estudantes – diz ainda o documento – sofreram os efeitos de sufocação devido à inalação do gás lacrimogéneo disparado pelas forças israelitas ou foram atropelados por jipes militares israelitas.

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