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Fim-de-semana de intensa mobilização basca pelo «fim do genocídio» em Gaza

Milhares de pessoas mobilizaram-se em Bilbau, Donostia e Pamplona, este sábado e domingo, pelo «fim do genocídio» na Palestina e para denunciar a impunidade e a cumplicidade internacional.

Milhares de pessoas manifestaram-se em Pamplona (Iruñea), a 1 de Junho, pelo «fim do genocídio em Gaza» Créditos / @InternaAuzo

Na Praça Moyua da capital biscainha, milhares de pessoas participaram este sábado numa concentração dinamizada por diversas organizações que «decidiram romper o silêncio» face ao que designam como «genocídio na Palestina».

Entre as exigências das organizações sociais promotoras, estavam a de um cessar-fogo imediato e a da entrega ilimitada e imediata de ajuda humanitária, refere o portal Ecuador Etxea.

«Criaturas famintas, estropiadas e aterrorizadas, ao lado de fileiras de cadáveres envoltos em mortalhas brancas, acompanham-nos durante os almoços e jantares. E nós não fazemos nada!», afirmaram ao ler um manifesto em que se denunciou a cumplicidade de certos governos e a passividade do mundo face ao que está a ocorrer na Palestina.

«Não se trata apenas de bombas. A fome provocada como arma de guerra, a falta de cuidados de saúde, os campos de refugiados transformados em objectivos militares – tudo isto faz parte de um cenário em que o direito internacional dorme enquanto a morte está ao rubro», declararam.

«Fim do genocídio em Gaza» exigido também em Donostia e Pamplona

Milhares de pessoas manifestaram-se nas capitais guipuscoana e navarra, este domingo, também para exigir o fim do massacre perpetrado pelas forças de ocupação no enclave palestiniano.

Em Pamplona (Iruñea), exigiu-se igualmente o fim das relações entre o governo navarro com Israel, bem como o boicote às empresas navarras que mantêm negócios com Israel ou o regime sionista, refere o portal ahotsa.info.

Ao intervir, Lidon Soriano, representante da Yala Nafarroa, apelou «ao fim da barbárie, do genocídio, do apartheid e do sistema colonial sionista».

Em Donostia, refere o Berria, centenas de pessoas deitaram-se no chão para representar os mortos por Israel na Faixa de Gaza.

No protesto, convocado pela iniciativa Gernika Palestina, exigiram-se medidas concretas e eficazes para pôr fim ao massacre, vincou-se a importância da mobilização popular e pediu-se a criação de um comboio diplomático com ajuda humanitária urgente.

Novos massacres da população faminta em Gaza

Segundo indica a Wafa, o número de mortos palestinianos como consequência da agressão israelita ao enclave costeiro, desde 7 de Outubro de 2023, subiu para 54 418 – na sua maioria mulheres e crianças.

O número de feridos situava-se ontem nos 124 190, de acordo com a fonte, que se referiu também aos mais recentes massacres perpetrados pelas forças israelitas contra locais em que funcionam como alegados centros de ajuda humanitária, geridos pela Gaza Humanitarian Foundation (GHF), com apoio norte-americano.

Em comunicado, as autoridades em Gaza afirmaram que cerca de 50 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas em menos de uma semana em centros da GHF, que classificaram como «armadilhas mortais, e não pontos de ajuda humanitária».

«Confirmamos ao mundo inteiro que o que está a acontecer é um uso sistemático e malicioso da ajuda humanitária como ferramenta de guerra, empregue para chantagear civis famintos e os juntar à força em pontos de extermínio expostos, geridos e monitorizados pelo exército de ocupação e financiados e politicamente apoiados pela ocupação e pelo governo dos EUA, que têm plena responsabilidade moral e legal por estes crimes», acrescenta o texto, divulgado pela PressTV.

Também a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) condenou «o novo massacre do povo faminto em Rafah», afirmando que se tratou de «um genocídio com cumplicidade internacional e participação americana».

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