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Faixa de Gaza respira após três dias de intensos ataques israelitas

Uma trégua, negociada pelo Egipto, entrou em vigor às 23h30 deste domingo (hora local), abrindo esperanças de que a vida possa regressar à frágil normalidade no enclave cercado desde 2007.

Palestinianos festejam nas ruas de Gaza após o anúncio de cessar-fogo 
Palestinianos festejam nas ruas de Gaza após o anúncio de cessar-fogo Créditos / Al Jazeera

A imprensa palestiniana dá conta da reabertura, hoje, de lojas e instituições num território com cerca de 365 quilómetros quadrados e 2,3 milhões de habitantes. Também começaram a chegar ali camiões com o tão necessário combustível – recorde-se que a interrupção do fornecimento levou ao encerramento, no sábado, da única central eléctrica.

Também se está a trabalhar na remoção de escombros das estruturas danificadas ou destruídas pelos bombardeamentos israelitas. De acordo com fontes oficiais, mais de 1500 unidades habitacionais foram atingidas durante a ofensiva, algumas das quais arrasadas. Também foram afectadas numerosas explorações agrícolas.

As forças israelitas começaram a bombardear o enclave costeiro na sexta-feira passada, alegando que estavam a atingir alvos das Brigadas de al-Quds, o braço armado da Jihad Islâmica na Palestina.

Como consequência dos bombardeamentos, perderam a vida pelo menos 44 palestinianos, incluindo 15 menores (alguns dos quais crianças pequenas). Os ataques provocaram ainda mais de 360 feridos, revela a agência WAFA.

Em resposta aos ataques israelitas, as forças da resistência palestiniana lançaram para território israelita mais de mil rockets. Tratou-se da maior ofensiva israelita contra Gaza desde a que teve lugar em Maio de 2021, em que foram mortas 250 pessoas no enclave costeiro.

Libertação de prisioneiros

O cessar-fogo foi mediado pelo Egipto, com o apoio das Nações Unidas e do Catar, informa a Al Jazeera. Um dos elementos-chave para o acordo é que o Egipto se comprometeu a trabalhar pela libertação de dois dirigentes da Jihad Islâmica presos em Israel, Khalil Awawda e Bassem al-Saadi. A mediação egípcia emitiu um comunicado a confirmá-lo e Israel não comentou.

População veio para as ruas festejar, mas sem «vida normal» à espreita

Com o anúncio do cessar-fogo, muita gente veio para as ruas de Gaza festejar o fim dos bombardeamentos.

Ainda assim, este regresso à normalidade da vida em Gaza é marcado por 15 anos de cerco israelita, pelas restrições de movimento impostas pelo Egipto, pela pobreza, o desemprego elevado.

«A população em Gaza não pode regressar a nada semelhante à normalidade porque ainda está a viver sob o cerco israelita, que é uma forma de violência contra todos os homens, mulheres e crianças em Gaza, 24 horas por dia, 365 dias por ano, há 15 anos», disse Ali Abunimah, director do portal The Electronic Intifada.

Um palestiniano segura um cartaz com a figura do comandante da Jihad Islâmica Taysir al-Jabari, morto na ofensiva israelita contra Gaza, durante uma manifestação na cidade de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, a 7 de Agosto de 2022 / PressTV

«Então, infelizmente, é frágil [o cessar-fogo]. Isto vai acontecer novamente. Não posso dizer-te se vai ser dentro de um dia ou uma semana, um mês ou um ano. Mas vai continuar a acontecer porque Israel goza de total impunidade pelos seus crimes contra o povo palestiniano, e não apenas impunidade, mas apoio total e activo. Recorde que estava a bombardear Gaza com armas fornecidas pelos EUA, UE e Canadá, que apoiaram Israel», disse, citado pela Al Jazeera.

MPPM condena nova agressão a Gaza

O Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente, em nota emitida este domingo, denunciou e condenou a nova agressão contra a Faixa de Gaza cercada, lembrando que se trata de um território sujeito «a um férreo bloqueio desde 2007, tornando-o na maior prisão a céu aberto do mundo».

«Não se pode deixar assinalar que a sinistra estratégia de "aparar a erva", ou seja, ataques regulares de Israel à Faixa de Gaza, é agora posta em prática com intervalos cada vez menores», denuncia o MPPM, lembrando ainda que, segundo alguns analistas, o primeiro-ministro (israelita) Lapid desencadeou esta nova vaga de ataques como forma de promoção política, tendo em vista as eleições marcadas para Novembro (as quintas eleições legislativas em três anos e meio em Israel).

Reafirmando «a sua solidariedade para com o povo palestiniano e para com a sua luta pela libertação e pelo direito a viver em paz e prosperidade na sua terra», o movimento solidário reclama ao Governo português que, no respeito da Constituição da República Portuguesa, condene os bombardeamentos e a escalada de violência das forças israelitas contra Gaza;  exija ao governo israelita o respeito pelos direitos do povo palestiniano, o fim do bloqueio imposto ao enclave Gaza e o fim dos colonatos; reconheça o Estado da Palestina, com Jerusalém Oriental como sua capital.

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