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|Irlanda

Distúrbios em Dublin ligados à «marginalização» e à «alienação» capitalista

A propósito dos distúrbios em Dublin, no passado dia 23, o Partido Comunista da Irlanda alerta que décadas de políticas sociais e económicas neoliberais «deixaram marcas profundas» nas comunidades.

Créditos / Al Jazeera

Num comunicado emitido dia 26, o Partido Comunista da Irlanda (PCI) afirma que a violência nas ruas de Dublin não é uma surpresa, sendo o resultado de décadas de políticas neoliberais, que deixaram «uma geração de pessoas completamente alienadas e marginalizadas». «Isto é particularmente evidente entre amplas camadas da nossa juventude», acrescenta.

Os comunistas irlandeses chamam particularmente a atenção para a situação da juventude, sujeita à «ideologia narcisista do capitalismo contemporâneo», que eleva o individualismo face ao «desperdício de tempo» da organização comunitária e social.

Ao longo dos anos, alerta o documento, o capital promoveu o desmantelamento das redes de apoio e de auto-organização que haviam sido criadas pelos trabalhadores, também com a força dos sindicatos, nas suas comunidades. Isto e a negligência do Estado, no entender do partido, levaram a que as comunidades da classe trabalhadora ficassem «abertas aos cantos de sereia da extrema-direita», e muitas passaram a ser «exploradas e dominadas por grupos criminosos».

Frustrações por décadas de abandono mal direccionadas contra trabalhadores migrantes

«As frustrações das pessoas por décadas de abandono estão a ser mal direccionadas contra os trabalhadores migrantes e os requerentes de asilo», afirma o texto, sublinhando que não são estes alvos os responsáveis pela actual crise no serviço de saúde, pela falta de médicos de família, pela sobrelotação nas escolas ou pela escassez de habitação.

Os distúrbios nas ruas de Dublin funcionam como uma válvula de escape, mas, sublinha o PCI, «a responsabilidade por estas graves crises sociais que afectam as vidas de milhões de trabalhadores recai no capitalismo e nos sucessivos governos».

«Os trabalhadores pagam um preço muito elevado por um sistema económico falido», alertam os comunistas irlandeses, frisando que ele é orientado «para tornar os ricos mais ricos, para aumentar os lucros das grandes empresas, para enriquecer os proprietários de terras».

Neste sentido, o partido de esquerda irlandês advoga que a ira da juventude se deve dirigir contra aqueles que são responsáveis e não contra os trabalhadores migrantes – uma «violência que não faz mais que reforçar o establishment» e o poder de pequenos e grandes criminosos sobre as comunidades.

Expressando total solidariedade aos trabalhadores migrantes que vivem com medo e insegurança nestes dias, o PCI apela aos jovens irlandeses para que não se deixem enganar por aqueles que os querem virar contra outros trabalhadores. «São forças que não têm respostas para os nossos problemas, só divisão e ódio», afirma.

Também apela ao movimento sindical para que lidere a oposição de base ao racismo e às políticas do actual governo.

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