Numa declaração intitulada «Mais ódio, racismo e mentiras numa reunião de fascistas em Washington», emitida a propósito da celebração da CPAC, a Casa das Américas, com sede em Havana, pede que se denuncie «sem descanso o crescimento do novo fascismo e o seu empenho em criar uma internacional da barbárie e da cultura do ódio».
No encontro, que decorreu entre 21 e 24 de Fevereiro no estado de Maryland (nos arredores de Washington, EUA), a CPAC «acaba de lançar a sua mais recente ofensiva […] destinada, como o seu nome indica, a promover os "valores conservadores" no mundo».
Segundo refere o texto da prestigiada instituição cultural, «entre os representantes conhecidos da extrema-direita que desfilaram pelo estrado da conferência sobressaiu Santiago Abascal, líder do partido espanhol Vox», que denunciou «a ameaça do "socialismo" e atacou com grosseiras calúnias a Revolução cubana».
O documento assinala também o facto de os oradores no encontro «conservador», entre os quais se contaram o argentino Milei ou salvadorenho Bukele, terem falado de modo geral «em nome da liberdade, da família, da cristandade, da tradição, do respeito pela sacrossanta propriedade, e repetiram os lugares-comuns da reacção, num tom entre apocalíptico e messiânico».
«Autoproclamaram-se salvadores de um mundo em perigo, não pela crise climática ou o capitalismo selvagem, mas pela presença das tendências "dissolventes" que implicam para eles a própria ideia da justiça social, a luta contra as alterações climáticas, o feminismo, a defesa do papel regulador do Estado, os movimentos LGBTIQ+, a invasão das "hordas" migrantes e outros "inimigos"», lê-se no texto publicado dia 26.
A Casa das Américas destaca ainda a figura de Donald Trump, que, num discurso claramente eleitoral, «não teve qualquer pudor ao apresentar os males que afligem hoje os Estados Unidos como próprios de "países do Terceiro Mundo" e "repúblicas das bananas"».
«Como se fosse possível desligar as histórias de exploração e saque do nosso continente, e de todo o Sul, do intervencionismo do Império», sublinha.
«Xenofobia, racismo, medo irracional do "outro", supremacismo branco, patriarcado, mentiras flagrantes são rasgos desta extrema-direita que se apresenta como "dissidente", como "rebelde", como líder de uma subversão anti-sistema», alerta o texto.
Neste sentido, a instituição cultural defende a necessidade de continuar a trabalhar, recorrendo a todos os meios ao nosso alcance, «para fomentar um pensamento crítico contra a manipulação e em defesa do humanismo e da solidariedade».
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