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Desde as eleições de 2006, 40% dos deputados palestinianos foram presos por Israel

Desde as eleições gerais celebradas em 2006 na Cisjordânia ocupada e em Gaza cercada, 40% dos deputados palestinianos foram presos pelas forças israelitas, revelaram três organismos de apoio aos presos.

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Benjamin Netanyahu promete intensificar a política expansionista de TelaviveCréditos / ibtimes.com

Dois dos eleitos, Marwan Barghouti (Fatah) e Ahmad Saadat (Frente Popular para a Libertação da Palestina – FPLP), estão a cumprir longas penas de prisão, lembra a agência Wafa. Barghouti foi condenado a cinco penas de prisão perpétua e Saadat cumpre uma pena de 30 anos de cadeia, ambos pelo seu papel na resistência ao ocupante sionista.

Num relatório conjunto apresentado esta terça-feira, o Comité dos Assuntos dos Presos, a Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) e o grupo de defesa dos direitos dos presos Addameer sublinham a agressão perpetrada pelas autoridades israelitas contra os deputados palestinianos e «activistas políticos», submetendo-os ao regime de detenção administrativa – ao abrigo do qual Israel pode manter os palestinianos presos por períodos de seis meses renováveis indefinidamente, sem julgamento nem culpa formada.

De acordo com o relatório, a que a agência Fars faz referência, em Novembro Israel prendeu mais deputados do Conselho Legislativo Palestiniano (parlamento, com sede em Ramallah): Mohammad Abu Juhaisha, de Hebron, e Ahmed Attoun, de Jerusalém.

Actualmente, há seis parlamentares em situação de detenção administrativa, incluindo Khalida Jarrar (FPLP), que passou 14 meses em cadeias israelitas, foi libertada em 2016 e novamente presa em Julho de 2017. Um outro deputado, Nasser Abdu Jawwad, foi preso em Janeiro último e aguarda na cadeia pelo julgamento.

Sublinhando que a detenção de deputados constitui uma violação do direito internacional, as três organizações palestinianas revelam no relatório ontem apresentado que, no mês de Novembro, as forças israelitas prenderam 486 palestinianos, incluindo 65 crianças e nove mulheres.

Na madrugada desta terça-feira, as forças israelitas prenderam mais 24 palestinianos na Margem Ocidental ocupada, revelou a agência Ma'an, com base nos dados divulgados pela SPP. As detenções foram levadas a cabo nos distritos de Jenin, Ramallah, Jerusalém, Belém e Hebron.

De acordo com o Addameer, há actualmente nas cadeias israelitas 5554 prisioneiros palestinianos, 250 dos quais são crianças e 41 são menores de 16 anos.

Netanyahu ameaça construir mais casas nos colonatos

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, visitou ontem o local onde, na quinta-feira passada, um palestiniano matou dois soldados israelitas, perto do colonato ilegal de Givat Asaf, nas imediações de Ramallah (Cisjordânia ocupada), e ameaçou construir mais casas nos colonatos ilegais.

Para além de garantir que os responsáveis serão capturados e ter afirmado que as forças israelitas prenderam mais de cem palestinianos nos últimos dias, sublinhou que Israel irá reforçar a política expansionista dos colonatos na Margem Ocidental ocupada – considerados ilegais à luz do direito internacional.

De acordo com a imprensa israelita, como resposta a várias operações da resistência palestiniana contra militares e colonos israelitas, o governo de Telavive está a promover diversas iniciativas que visam legalizar unidades habitacionais também nos chamados postos avançados.

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