Depois de ter participado, em Buenos Aires, na VII Cimeira da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), Moncada destacou a importância de persistir nessa luta.
«Para exigir aquilo que consideramos um direito dos nossos países, de poder dizer às acções imperialistas hegemónicas que sempre atentaram contra os direitos mais elementares dos nossos povos e a soberania dos nossos estados», afirmou.
O ministro nicaraguense dos Negócios Estrangeiros sublinhou que essa luta deve ser constante, «contra acções que são agressivas, que são realmente ilegais, que afectam todos os nossos países».
Referindo-se directamente aos Estados Unidos, o chefe da diplomacia nicaraguense disse que a Casa Branca procura sempre manobrar as situações para retirar vantagens delas, «inclusive quando procura diálogo e conversações».
Em sentido inverso, frisou que o governo do país centro-americano tem promovido o respeito e o cumprimento pelo direito internacional e a Carta das Nações Unidas, nomeadamente no que respeita aos princípios de não ingerência e de não intervenção.
E reafirmou: «Não pensemos que os Estados Unidos vão dar e ceder aquilo que se está a exigir; isso é parte da luta e é preciso mantê-la e fazê-la prevalecer.»
Reforçar unidade e integração regional, contribuir para a multipolaridade
Por outro lado, Denis Moncada sublinhou a importância da unidade e da integração regional, tendo recordado que o sonho do Libertador Simón Bolívar era «criar a Pátria Grande da América Latina».
Depois de ter representado a Nicarágua na VII Cimeira da Celac, na capital argentina, o diplomata explicou que, dada a «heterogeneidade» de países existente, há questões complexas, difíceis. Nesse sentido, defendeu que os princípios da Celac devem ser «analisados» e, de alguma forma, tornar «o mais sólida possível a unidade na diversidade».
«A luta é complexa, difícil e todos temos de fazer o máximo possível, fazer prevalecer a Celac independentemente de já sabermos que, desde a sua criação, os EUA procuraram formas de a bloquear, de a torpedear, de impedir que os 33 países da América Latina e Caraíbas se aguentassem com o objectivo de fortalecer a unidade, a integração, e também a identidade», disse.
Sobre a iniciativa da Argentina e do Brasil de criar uma moeda comum para o comércio externo, disse que a Nicarágua apoia tudo o que contribua para a unidade, que «seja positivo para os nossos interesses e reforce a nossa soberania, dignidade e liberdade económica».
Valorizou igualmente o contributo da Celac para a transformação da ordem internacional, para a criação de uma nova ordem económica internacional, «de modo a acabar paulatinamente com a hegemonia imperial dos EUA e reforçar a multipolaridade, a existência multicêntrica».
Ainda sobre a cimeira, afirmou que «o importante é sempre o diálogo, os intercâmbios, a discussão e o debate entre os que são membros, para ver o que é que pode ser mais exequível».