Delcy Rodríguez falou à imprensa já depois de conhecer os resultados da Reunião de Consulta dos Ministros dos Negócios Estrangeiros da OEA sobre a «situação» na Venezuela, que a diplomata do país caribenho abandonou depois de ter usado a palavra – porque o seu país «não precisa de nada da OEA», nem «reconhece» qualquer decisão deste organismo.
A reunião realizou-se na segunda-feira, 19 – primeiro dos três dias da 47.ª assembleia-geral da OEA, que hoje termina na localidade mexicana de Cancun – e, no final, nenhuma das resoluções propostas foi aprovada, não tendo conseguido reunir dois terços dos votos (23) dos países-membros.
«Viemos com a força do nosso povo, que saiu às ruas para denunciar o intervencionismo da Organização dos Estados Americanos, viemos com a força do nosso comandante Hugo Chávez. Hoje, a independência e a soberania triunfaram», disse a diplomata venezuelana numa conferência de imprensa transmitida pela VTV, e citada pela AVN.
«Com a sua pressão brutal, a sua extorsão grosseira, as suas manobras», os «Estados Unidos da América são o grande derrotado neste dia», salientou Rodríguez, que manifestou o seu repúdio pelas acções de ingerência promovidas por diversos países no seio da OEA, com o objectivo de derrotar o processo revolucionário, nomeadamente através de acções de violência.
A este respeito, a ministra venezuelana disse que «cada jovem assassinado nos protestos apátridas e violentos da oposição venezuelana pesa» sobre «as consciências dos governos que, a partir da OEA, requerem a intervenção na Venezuela», bem como a sua «submissão».
Delcy Rodríguez afirmou que os EUA não conseguirão derrotar «a dignidade do povo da Venezuela», nem fazer frente «ao legado histórico dos nossos libertadores», da mesma forma que não serão capazes de derrotar «o legado histórico do comandante Hugo Chávez ou o presidente Nicolás Maduro».
Reafirmou, ainda, o compromisso do seu governo com a defesa da pátria e da soberania do povo venezuelano, face a quaisquer pretensões de ingerência perpetradas pelo imperialismo.
Falta de consenso
Na sessão dedicada à «situação» na Venezuela, o eixo intervencionista, liderado pelos EUA, o México, o Canadá, a Argentina, o Panamá, o Peru, entre outros países apresentou uma proposta de resolução, de «teor intervencionista», que obteve 20 votos a favor e cinco contra (oito países abstiveram-se).
A proposta da Comunidade das Caraíbas (Caricom), que apontava que a «crise» na Venezuela e a sua «solução» são questões de carácter interno, teve oito votos a favor e 14 contra (11 países abstiveram-se).
Marcha anti-imperialista
No mesmo dia em que os ministros dos Negócios Estrangeiros da OEA debatiam a Venezuela em Cancun, muitos milhares de pessoas manifestaram-se em Caracas com o lema «a Venezuela é livre e faz-se respeitar», para repudiar as acções de ingerência deste organismo contra o país sul-americano, promovidas pela direita venezuelana com o apoio dos Estados Unidos.
Jovens, estudantes, representantes do movimento de mulheres, pensionistas, trabalhadores de diversos sectores uniram-se para expressar o seu repúdio pela reunião da OEA em Cancun e, mais uma vez, a pretensão deste organismo de intervir nos assuntos internos da Venezuela.
Em declarações à AVN, o pensionista Salvador Rivero afirmou que a Revolução Bolivariana aumentou a consciência política dos venezuelanos, «o que lhes permitiu aumentar vontade de enfrentarem os países que detêm os poderes hegemónicos e militares que submetem os povos».
Em seu entender, a Venezuela está a travar uma guerra de que sairá vitoriosa com a Assembleia Nacional Constituinte.
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