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|Bolívia

Central sindical da Bolívia em «estado de emergência e mobilização»

A Central Obrera Boliviana (COB) e o Pacto de Unidad estão, desde sexta-feira, em «estado de emergência e mobilização permanente», face a qualquer tentativa de golpe de Estado contra o governo de Luis Arce.

Créditos / ABI

A decisão foi tomada na sequência de uma reunião de cinco horas que a COB e as organizações do Pacto de Unidad mantiveram com Luis Arce na Casa Grande do Povo (sede do governo), em La Paz.

Numa conferência de imprensa ao lado de Arce e rodeado por dirigentes sociais, o secretário-geral da COB, Juan Carlos Huarachi, disse que recebeu um relatório detalhado, da parte do ministro do Interior, Eduardo del Castillo, sobre a situação jurídica do dirigente da direita e governador do departamento de Santa Cruz, Fernando Camacho.

Huarachi chamou a atenção para as acções violentas que têm tido lugar em Santa Cruz desde a detenção de Camacho e o modo como alguns órgãos de comunicação as deturpam.

O dirigente sindical disse que é clara a situação em que se encontra o governador de Santa Cruz, reafirmando que não existe «ilegalidade» ou «perseguição política» no seu indiciamento.

Neste sentido, afirmou que a COB e as demais organizações ali representadas estão em «estado de emergência e mobilização permanente», tendo em conta as acções de desestabilização que se registam em Santa Cruz, indica a Agencia Boliviana de Información (ABI).

Instou os trabalhadores a não se deixarem arrastar pelas tentativas de confronto dos sectores conservadores, e anunciou que, a partir de amanhã, haverá mobilizações e concentrações nos nove departamentos do país sul-americano.

Arce: «Existe um só processo de mudança»

Por seu lado, o presidente da República, Luis Arce, fez questão de agradecer a «maturidade ideológica e política dos dirigentes da COB e do Pacto de Unidad», com os quais reafirmou que «existe um só processo de mudança» e que «todas as organizações sociais e o governo nacional estão em franca unidade».

Arce, que agradeceu o compromisso do povo boliviano com a democracia, destacou a grande unidade que marcou a reunião e reiterou o agradecimento a todos por aquilo que designou como «profunda reflexão sobre o que se está a passar no país».

Já este sábado, ao agradecer o posicionamento da Asociación de Municipios del Beni (Amdebeni) em defesa da democracia e em apoio ao governo, Luis Arce escreveu nas redes sociais: «Não deixemos que nada atente contra a estabilidade que tanto custou a recuperar. A unidade, consequência e compromisso com a Pátria, é fundamental para seguir na senda do crescimento.»

Camacho continua em prisão preventiva e o processo avança

O governador de Santa Cruz, figura destacada da extrema-direita na Bolívia, continua detido preventivamente na prisão de máxima segurança de Chonchocoro, no departamento de La Paz.

Principal promotor do derrube do governo constitucional do então presidente Evo Morales, em Novembro de 2019, Camacho está imputado por «terrorismo», no âmbito do processo designado Golpe de Estado I.

Detido em Santa Cruz a 28 de Dezembro último e transferido para La Paz, dois dias mais tarde a Justiça decretou que Camacho permanecesse detido em regime prisão preventiva por um período de quatro meses.

As investigações criminais centram-se no complô que conduziu à imposição do governo golpista de Jeanine Áñez e aos massacres de Sacaba e Senkata, com um saldo de 38 mortes, centenas de feridos e milhares de violações dos direitos humanos registadas.

De forma preliminar, refere a ABI, as investigações determinaram que Camacho tinha protecção da Polícia e das Forças Armadas no processo de ruptura da ordem constitucional de Novembro de 2019.

Também se soube que, entre os dias 5 Novembro e 7 de Dezembro de 2019, Camacho realizou movimentos bancários pelo menos no valor de 4,5 milhões de bolivianos (cerca de 610 mil euros), que terão servido para financiar o golpe de Estado.

Após a detenção de Luis Fernando Camacho, a organização de extrema-direita Comité Pro Santa Cruz e o seu braço armado paramilitar, a Unión Juvenil Cruceñista, deram início a uma onda de violência que mantém a cidade de Santa Cruz e o departamento homónimo em tensão.

As autoridades bolivianas registaram ataques (e incêndios) a pelo menos 27 entidades públicas, além de atentados contra a casa do ministro das Obras Públicas, Edgar Montaño, a casa do presidente do Município de Santa Cruz, Jhonny Fernández, e uma clínica odontológica propriedade do governador do departamento de Beni, Alejandro Unzueta.

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