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|Bolívia

Bolívia pede explicações a Espanha e Chile pelas acções de dois deputados

A diplomacia boliviana repudiou a «acção intervencionista» de dois deputados de extrema-direita no país e pediu esclarecimentos aos seus países sobre o «estatuto de observador» que disseram ter.

Membros do grupo parapolicial e paramilitar Resistencia Juvenil de Cochala, surgido durante o golpe de Estado de Novembro de 2019 na Bolívia 
Elementos de um grupo parapolicial e paramilitar em acção na Bolívia (imagem de arquivo) Créditos / la-epoca.com.bo

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bolívia considera «desatinadas» as acções e declarações do deputado espanhol Víctor González Coello (Vox) e do deputado chileno Luis Fernando Sánchez (Partido Republicano), relacionadas com questões que são do foro interno do país, designadamente com a detenção de Luis Fernando Camacho, processado no âmbito do caso Golpe de Estado I.

Através dos canais diplomáticos, o Ministério «pediu à Embaixada do Reino de Espanha e ao Consulado Geral do Chile na Bolívia informação relativa ao "estatuto de observador" que afirmaram ter ambos os deputados publicamente em território nacional», lê-se no documento, divulgado pela Agencia Boliviana de Información (ABI).

O texto repudia ainda a acção dos deputados referidos, que, «sem nenhuma acreditação, assumiram a representação dos seus governos e congressos, o que constitui uma inaceitável ingerência nos assuntos internos da Bolívia».

Esta segunda-feira, os deputados espanhol e chileno de extrema-direita entraram, juntamente com o presidente da organização de extrema-direita boliviana Comité Pro Santa Cruz, Rómulo Calvo, nas instalações do Comando Departamental da Polícia, em Santa Cruz.

Segundo refere a ABI, os três queixaram-se, com «diferentes tons», do recurso à força contra os protestos que exigem a libertação de Luis Fernando Camacho, que se encontra em prisão preventiva – por quatro meses – desde 30 de Dezembro, acusado de ser um dos principais envolvidos no golpe de Estado de 2019 e em factos de violência e morte a ele associados.

«Justificando os ataques e incêndios a mais de duas dezenas de entidades públicas e privadas protagonizados por grupos radicais, tanto González como Sánchez alegaram que estão no país para "recolher informação sobre alegadas violações dos direitos humanos"», indica a ABI.

Políticos questionam acção de deputados estrangeiros e pedem a sua expulsão

Em declarações à rádio Patria Nueva, o vice-ministro do Comércio Externo e Integração, Benjamín Blanco, disse que ambos os deputados não «representam ninguém» porque não tinham qualquer aval dos seus governos ou dos seus parlamentos para exercer funções oficiais no país sul-americano.

«Vêm sem nenhuma autorização, sem nenhuma autoridade, meter-se nas nossas instituições, repreender as nossas autoridades e isso é uma ingerência nos assuntos internos, isso não pode ser aceitável», afirmou o vice-ministro, lembrando que, no caso do deputado espanhol, militante do Vox, não é a primeira vez que visita a Bolívia, já ali tendo estado durante o governo golpista de Áñez, em 2019 e 2020.

Por seu lado, Deysi Choque, deputada do Movimento para o Socialismo (MAS), considerou uma «falta de respeito» e uma «ingerência» a atitude de um estrangeiro num país que deixou de ser uma colónia de Espanha há dois séculos e que não é o pátio das traseiras de nenhuma potência.

À Bolivia TV, disse que se está perante um caso de violação da independência e da soberania, tendo solicitado ao governo de Luis Arce que declare imediatamente o espanhol González persona non grata e o expulse do país.

Polícia detém 19 pessoas na posse de material explosivo em Santa Cruz

Agentes da Força Especial de Luta contra o Crime (FELCC) prenderam 19 pessoas ligadas a acções de violência e confrontos nas imediações do edifício do Comando Departamental da Polícia de Santa Cruz, informou esta terça-feira o director departamental da força contra o crime, Julio César Cossio.

Em conferência de imprensa, foi exposto material apreendido como explosivos de alta potência, mangueiras com pregos, petardos, bazucas, cocktails molotov, miguelitos, dinamite, berlindes, entre outro.

Segundo refere a ABI, há seis dias que o edifício referido é alvo de ataques por parte de grupos violentos, e todo o material agora apreendido resulta da intervenção contra esses grupos.

Grupos paramilitares afins ao governador da província de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, mantêm a capital em estado de conflito, com ataques e incêndios de instituições públicas, e sequestros de funcionários, desde 28 de Dezembro.

Nesse dia, Camacho foi detido e transferido para La Paz, no contexto da investigação do processo Golpe de Estado I.

Em La Paz, as vítimas dos massacres de Sacaba e Senkata continuam a mobilizar-se para que «se faça justiça» e Camacho seja julgado e condenado.

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