No decorrer de uma videoconferência de alto nível, representantes dos países que integram a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) abordaram os desafios económicos e sociais que o bloco enfrenta e estabeleceram as bases para dar resposta aos efeitos da crise associada à catástrofe sanitária.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sublinhou a necessidade de um novo sistema económico global, com uma visão humanista face ao impacto do novo coronavírus SARS-CoV-2, e destacou o papel do organismo regional como alternativa ao neoliberalismo em todas as suas expressões, informa a Prensa Latina.
No encontro virtual, que decorreu no passado dia 10, Maduro defendeu várias medidas económicas ao nível do bloco regional e propôs que os países-membros realizassem uma reunião, no próximo dia 29, ao nível de ministros dos Negócios Estrangeiros e da Economia para concretizar as propostas abordadas sobre o cenário económico pós-pandemia.
Por seu lado, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, reafirmou a vontade do seu governo para promover a colaboração com os membros da ALBA-TCP, tendo feito um apelo à troca de experiências no seio do organismo para enfrentar as consequências da Covid-19 na região.
No encontro, o mecanismo de integração regional ergueu a voz para repudiar o recrudescimento das medidas coercivas unilaterais impostas pelos Estados Unidos contra Cuba, a Venezuela e a Nicarágua, em plena pandemia.
Neste sentido, o presidente nicaraguense, Daniel Ortega, definiu o governo norte-americano como especialista em matar por asfixia os países que tentam construir as suas sociedades com base num modelo afastado do capitalismo.
Desafios dos pequenos estados insulares das Caraíbas orientais
A vulnerabilidade e os desafios colocados ao desenvolvimento dos pequenos estados insulares das Caraíbas orientais perante a crise económica e o impacto da pandemia ocuparam um espaço importante da agenda do bloco de integração, revela a agência cubana.
O primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, exortou os demais representantes ao trabalho conjunto, de modo a aumentarem a ajuda comercial e o transporte marítimo, além de reforçarem a cooperação em áreas tradicionais, como a educação e a saúde. Destacou ainda o apoio de Cuba ao nível da resposta sanitária para enfrentar a Covid-19.
Já o primeiro-ministro de Dominica, Roosevelt Skerrit, salientou a linha essencial da ALBA-TCP, que põe o povo no centro das suas acções e esforços ao enfrentar a pandemia, garantindo o que é necessário, bem como a recuperação das pessoas afectadas pelo coronavírus.
O chefe de governo de Antígua e Barbuda, Gaston Browne, apelou à intensificação dos esforços em busca de uma vacina contra a Covid-19 para os países da ALBA, em cooperação com potências como a China e a Rússia. Nesta linha, Browne defendeu uma aproximação do organismo regional aos governos de Pequim e Moscovo, em particular ao nível de investimentos, e convidou a China a organizar um fórum com a ALBA-TCP.
Criada em Havana a 14 de Dezembro de 2004 por inciativa dos então presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e de Cuba, Fidel Castro, a ALBA-TCP integra os dois países fundadores, a Nicarágua, Dominica, Antígua e Barbuda, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Nevis, e Granada.
Desde então, esta plataforma de integração regional tem fomentado a solidariedade, a justiça e a cooperação, visando concretizar transformações estruturais que levem ao desenvolvimento.
Evo Morales definiu a ALBA-TCP como um «mecanismo de dignidade para o continente». A Bolívia saiu do organismo após o golpe de Estado consumado em Novembro do ano passado, com o apoio dos Estados Unidos.
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