Musab al-Braim, representante do movimento Jihad Islâmica, confirmou esta quinta-feira as notícias sobre o acordo de cessar-fogo, tendo afirmado que entrara em vigor às 5h30 da madrugada (hora local) e que está a ser respeitado pelo movimento palestiniano, depois de Israel ter aceitado as exigências fundamentais por ele colocadas, que incluíam o fim dos assassinatos selectivos dos seus militantes, revela a PressTV.
«O cessar-fogo teve início sob os auspícios do Egipto, depois de a Ocupação [Israel] ter aceitado as condições propostas pela Jihad Islâmica em nome das facções da resistência palestiniana», disse al-Braim à agência Reuters.
Musab al-Braim disse ainda que Telavive aceitou pôr fim aos assassinatos selectivos de militantes da resistência palestiniana e aos disparos mortais contra os manifestantes que, semanalmente, participam nas mobilizações da Grande Marcha do Retorno, junto à vedação com Israel isola o território de Gaza.
Antes, fontes egípcias informaram que o «acordo de cessar-fogo surge como resultado dos esforços do Egipto» e que foi aceite «pelas facções palestinianas, incluindo a Jihad Islâmica».
Apesar de não haver confirmação da parte israelita, a PressTV revela que «o regime de Telavive» aceitou as exigências do movimento palestiniano em troca da aceitação, por parte da resistência palestiniana, do fim do disparo de mísseis [rockets] para território israelita.
Ofensiva israelita desde terça-feira
A nova escalada de violência sobre o território cercado teve início na terça-feira passada, quando as forças isarelitas assassinaram um comandante destacado da Jihad Islâmica, Baha Abu al-Ata, bem como a sua mulher, num ataque a sua casa, na Faixa de Gaza.
Um ataque semelhante, no mesmo dia, atingiu a casa de um outro dirigente do movimento da resistência palestiniana, em Damasco, capital da Síria, mas falhou o alvo. Desde então, Israel lançou ataques contínuos sobre o enclave costeiro, matando mais de três dezenas de palestinianos – incluindo vários menores – e provocando uma centena de feridos.
Como retaliação pelo assassinato de al-Ata, a resistência palestiniana lançou a partir de Gaza cerca de 300 mísseis para Israel, alguns dos quais alcançaram Telavive, o que levou as autoridades israelitas a encerrar escolas no Centro e Sul do país.
Apesar do acordo, ataques prosseguem
O acordo de cessar-fogo foi confirmado, na quinta-feira de manhã, por representantes da resistência palestiniana, por fontes egípcias e, posteriormente, por fontes israelitas. No entanto, revela a PressTV, pouco depois o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, em declarações à rádio do Exército rejeitou «qualquer mudança na política do seu país relativamente a Gaza».
O ministro israelita sublinhou que os «assassinatos selectivos não vão parar» e que a política de «disparos» contra manifestantes junto à vedação em Gaza também é para manter.
Entretanto, as forças israelitas lançaram novos ataques contra Gaza, um facto que, segundo a PressTV, gerou grande revolta entre a população da Faixa de Gaza. Ontem à noite, um grande número de pessoas manifestou-se no campo de Jabalia para exigir uma retaliação mais forte contra a ofensiva israelita.
Na quinta-feira à noite, foram lançados novos mísseis para Israel a partir de Gaza, mas a acção não foi reivindicada pela Jihad Islâmica. Segundo a PressTV, apesar de Israel ter reconhecido que o movimento da resistência palestiniana tentou impedir grupos mais pequenos de lançar rockets para Israel, após o acordo de cessar-fogo, as forças militares israelitas prosseguiram com os ataques, esta sexta-feira, contra posições da Jihad Islâmica.
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