Eram aqueles que ouviam palmas à janela durante a pandemia, mas tinham sempre o coração a latejar por não saberem o dia de amanhã. O exemplo prático disto mesmo são os enfermeiro da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda que estão confrontados com a precariedade, cansaço extremo e desvalorização profissional.
Segundo a denúncia do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN), este caso da Guarda é um reflexo do subfinanciamento do SNS. De forma a responder às necessidades permanentes dos serviços da ULS Guarda e para evitar o recurso sistemático ao trabalho extraordinário não remunerado e ao não gozo efectivo dos descansos compensatórios, dezenas de enfermeiros são mantidos com um contrato a termo.
Ainda assim, são cerca de 50 enfermeiros com contrato a termo nesta ULS, onde são realizadas milhares de horas extraordinárias, para além do não gozo do descanso compensatório e uma dívida acumulada de mais de 50 000 horas.
Por esta razão, o SEP exige que os enfermeiros passem a deter um Contrato de Trabalho por tempo indeterminado, inclusive os que detêm contrato de substituição há mais de três anos; o pagamento de todo o trabalho extraordinário em dívida e a admissão de mais enfermeiros para superar a elevada sobrecarga de trabalho.
O mesmo garante ser necessária a vinculação de todos os enfermeiros e a contratação de mais para responder às necessidades dos utentes, tendo em conta o grau de dependência, índice de envelhecimento e a dispersão no território.
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