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Trabalhadores metem as mãos na massa e forçam patrões a pagar salários em atraso

O pré-aviso de greve no Grupo Celeste forçou o patronato a assumir o compromisso de pagar os salários e subsídios em atraso. Empresa dizia não ter dinheiro para salários enquanto comprava nova frota automóvel.

Créditos / Grupo Celeste

Pessoalmente, em cada uma das várias lojas do Grupo Celeste no Norte de Portugal e nas três fábricas da empresa (Guimarães, Caldas de Vizela e Ermesinde), o patronato assumiu que iria cumprir as suas responsabilidade e pagar os meses de salário em atraso. Também o subsídio de férias e os retroactivos decorrentes da revisão do contrato colectivo de trabalho do sector da panificação, com efeitos a Setembro de 2024, que eram devidos aos trabalhadores vão ser saldados.

A desconvocação da greve agendada para 8 e 9 de Agosto foi tomada por decisão maioritária dos trabalhadores. Numa demonstração de respeito e dignidade que o patronato não foi capaz de ter para com os trabalhadores a seu cargo, foi decidido «valorizar» o acto de contrição da empresa, informa o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB/CGTP-IN). 

A greve de Agosto abrangia todos os trabalhadores das empresas Celeste Actual e Conceitos Avulso, Unipessoal – esta «criada há meia dúzia de anos para a qual foram transferidos quase todos os trabalhadores, e que passaram a trabalhar em regime de terceirização», descreve o sindicato. A empresa dedica-se ao fabrico e comercialização de produtos de panificação e pastelaria, assim como de refeições pré-preparadas.

A falta de pagamento dos salários e de outros subsídios deu-se na sequência de anúncios sobre a «pujança económica» e de vários «investimentos na modernização» do Grupo Celeste, incluindo a «aquisição de nova frota de carros eléctricos para a área comercial e um camião de distribuição». Há dois meses sem receber o salário, a situação estava a provocar «uma situação de crise na situação económica e familiar da maioria» dos trabalhadores, relata o SINTAB.

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