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|cultura

Trabalhadores da cultura estão «parados» mas «nunca calados»

Lisboa, Porto e Faro serão palco, no próximo dia 4 de Junho, de denúncia da situação «catastrófica» em que se encontram os trabalhadores do sector da cultura, através de uma acção promovida pelo CENA-STE.

Alameda, Lisboa, 1 de Maio de 2020
Alameda, Lisboa, 1 de Maio de 2020CréditosPaulo António

Trata-se de uma manifestação convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE/CGTP-IN), «no seguimento de várias acções de luta, virtuais e não só, em que os trabalhadores da cultura têm mostrado o seu descontentamento para com as políticas dirigidas ao sector», segundo declarações ao AbrilAbril de Rui Galveias, dirigente sindical, referindo-se ao protesto do próximo dia 4 de Junho.

As várias organizações que responderam ao apelo – Manifesto em Defesa da Cultura, Plateia, Rede, STARQ, Performarte, entre outras – também têm estado activas na denúncia da situação dramática em que se encontram muitos profissionais.

De acordo com Rui Galveias, a acção exigirá medidas de emergência que vão ao encontro desta realidade, embora não deixe igualmente de reivindicar alterações de fundo na legislação laboral do sector.

«Não pedimos nenhum “estatuto” especial, pelo contrário. Somos trabalhadores como os outros e a legislação deve adequar-se às nossas características», afirmou o dirigente, acrescentando que é preciso acabar com os recibos verdes para haver um acesso mais justo às medidas de protecção social. «Um actor ou um músico, quando estão fora do palco continuam a trabalhar e isso não é contabilizado para efeitos de segurança social», referiu.

Sublinhando que estas reivindicações são antigas, Rui Galveias afirmou que é por não serem implementadas que agora nos deparamos com a «precariedade generalizada» no sector que leva a estes casos «dramáticos». 

Num inquérito realizado no início de Abril, o CENA-STE divulgava que 98% dos trabalhadores questionados viram os seus trabalhos cancelados e 33% destes por mais de 30 dias, e lembrava que 85% destes são trabalhadores independentes, sem qualquer protecção laboral. 

A concentração volta a apresentar a proposta de 1% do Orçamento do Estado para a Cultura, bem como a exigência do fim da limitação dos concursos em que centenas de candidaturas consideradas elegíveis ficam sem apoio.

Sobre a campanha de testemunhos dinamizada pelo CENA-STE nas redes sociais, onde vários profissionais da cultura respondem à pergunta «O que estavas a fazer há um ano?», Rui Galveias explica que esta pretende transmitir um discurso de unidade. «Queremos isso na manifestação. Estes trabalhadores, quando falam do sítio onde estavam a trabalhar há um ano e com quem, dão a perceber ao público a escala do sector. É mesmo muita gente, e muitos são invisíveis», disse.

A manifestação será «uma viagem de avião», os lugares são marcados mas não há lista de passageiros. O distanciamento vai ser cumprido, todos estarão de máscaras e sem faixas partilhadas mas com cartazes onde se poderão conhecer várias reivindicações concretas das várias profissões.

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