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TAP: Sindicatos levam despedimento colectivo à Justiça

Os sindicatos que representam os trabalhadores da TAP vão avançar com acções legais para travar o despedimento colectivo que a empresa está a levar a cabo, abrangendo casais e famílias monoparentais.

«Até agora houve conversa, a partir de agora as conversas vão fazer-se nos tribunais. Também da parte do Sitava vamos, obviamente, contestar o despedimento de forma colectiva e impugnaremos individualmente os despedimentos de todos aqueles que quiserem impugná-los nos tribunais», disse aos jornalistas o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava/CGTP-IN), José Sousa.

O anúncio foi feito ontem em conferência de imprensa à porta das instalações da TAP, no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, convocada pela Comissão de Trabalhadores da TAP, que contou com a presença de dirigentes do Sitava e outros sindicatos do sector.

Já no início deste mês, recorde-se, o Sitava tinha considerado que o despedimento destes 124 trabalhadores «não se justificava» e comprometia o futuro da companhia aérea, tendo garantido que iria recorrer a todas as medidas para que a empresa reconsiderasse a decisão. Ontem, os quatro sindicatos presentes na conferência de imprensa admitiram que vão avançar com medidas legais.

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Tripulantes da TAP despedidos após lay-off

Quase 50 tripulantes de cabine da TAP vão ser alvo de um processo de despedimento colectivo, após terem sido colocados em regime de lay-off, denunciou o SNPVAC.

CréditosRegis Duvignau / Reuters

«Passaram cerca de 45 dias do início da convocatória feita pela TAP a alguns colegas cujo objectivo foi informá-los de que, por obra de um algoritmo incompreensível e irracional, constavam na métrica dos famosos multicritérios. Consequentemente foram colocados em lay-off, com o seu contrato suspenso, sem planeamento, marginalizando a sua condição na empresa», lê-se numa nota aos associados do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), enviada à imprensa.

Estes tripulantes de cabine receberam, este sábado, um e-mail da TAP a informá-los de que «iriam sair de lay-off para serem alvo de um processo de despedimento colectivo», lamentou a estrutura sindical, precisando, em resposta à Lusa, que esta decisão abrange, até agora, 47 trabalhadores.

O sindicato lembrou que o Código do Trabalho determina que, no final do período de suspensão, os direitos, deveres e garantias «das partes decorrentes da efectiva prestação de trabalho» têm que ser restabelecidos, caso contrário a empresa incorre numa «contra-ordenação grave».

Assim, o SNPVAC enviou um ofício à companhia aérea a exigir a reposição de planeamentos, vincando estar perante um «despedimento inqualificável».

O sindicato disse ainda que repudiou, «desde a primeira hora», esta situação em reuniões com os secretários de Estado Adjunto e das Comunicações, Hugo Mendes, e do Trabalho e Formação Profissional, Miguel Cabrita, com a TAP e com os partidos políticos.

«Nunca na história da TAP e do SNPVAC se assistiu a um cenário desta natureza, até porque merecemos todos, mas todos sem excepção, muito mais respeito por parte da TAP […]. Tudo faremos para repor a justiça e a verdade, e iremos recorrer a todos os meios legais ao nosso alcance», concluiu.


Com agência Lusa

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O Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil (SPAC) entende que o despedimento colectivo pode ser travado, por estar «completamente ferido de ilegalidades», ao mesmo tempo que critica o algoritmo desenhado para seleccionar os trabalhadores a despedir, considerando-o «perfeitamente inumano». Já o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) defende que «não são cerca de 120 trabalhadores que vão salvar» a companhia aérea, acrescentando que a empresa «precisa da força de trabalho que todos estes trabalhadores representam».

A Comissão de Trabalhadores da TAP volta a insistir na possibilidade de uma «solução alternativa para resolver um problema que é contextual», e confirma haver casos de famílias monoparentais e de casais abrangidos pelo despedimento colectivo.

A TAP iniciou na segunda-feira um processo de despedimento colectivo de 124 trabalhadores, que abrange 35 pilotos, 28 tripulantes de cabina, 38 trabalhadores da manutenção e engenharia e 23 funcionários da sede.


Com agência Lusa

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