«O Ministério das Finanças não respondeu ao pedido de audiência e o Ministério da Cultura [liderado por Pedro Adão e Silva] remeteu a responsabilidade para a administração, dizendo que o Governo, que detém 50,15% do capital social da Lusa, não tem disponibilidade para aumentar a indemnização compensatória», refere o comunicado do Sindicato dos Jornalistas (SJ).
«O Governo que promove a Agenda do Trabalho Digno é o mesmo que, na prática, considera que os trabalhadores da Lusa não são dignos de terem salários valorizados».
A decisão de avançar com uma greve de quatro dias (de 30 de Março a 2 de Abril), em resposta à obstinação do Governo PS e as empresas com capital na Lusa (nomeadamente a de Marco Galinha), foi aprovada em plenário realizado no dia 15 de Março com os votos favoráveis de 155 trabalhadores e apenas uma abstenção.
As reivindicações dos trabalhadores da Agência Lusa são simples: com os salários congelados há 12 anos, são exigidos aumentos de 120 euros (o equivalente a dez euros por cada ano), o mínimo que a administração pode fazer para gratificar as centenas de trabalhadores que nunca deixaram de garantir o funcionamento da agência.
Em causa está também a actualização do subsídio diário de refeição, pago em cartão, para o valor máximo não tributável, bem como a criação de um subsídio parental de 100 euros por cada filho, a ser pago juntamente com a retribuição do mês seguinte ao do regresso da licença parental, entre outras reivindicações.
Para além do SJ, estão envolvidos os sindicatos dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA/CGTP-IN) e dos Trabalhadores do Sector de Serviços (SITESE/UGT).
A Lusa, como única agência de notícias portuguesa de âmbito nacional, tem como objectivo a recolha e o tratamento de material noticioso ou de interesse informativo com jornalistas espalhados por todos os continentes. Os trabalhadores consideram que o princípio de «informação fidedigna e de serviço público (…) ditam que seja essencial que a Lusa mantenha padrões de respeito e valorização dos seus trabalhadores».
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