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Trust in News: greve por tempo indeterminado até serem pagos os salários em atraso

A Trust in News (dona da Visão, JL, Exame e outras publicações) ainda não pagou 20% do salário de Abril, o de Maio e o subsídio de refeição. Greve mantém-se até a empresa pagar o que deve aos trabalhadores.

Concentração de trabalhadores da TiN -Trust in News, com o objectivo de conscencializar a sociedade para a situação que os trabalhadores e os títulos atravessam. Lisboa, 4 de Dezembro de 2024 
CréditosJosé Sena Goulão / Agência Lusa

No Natal de 2023, Luís Delgado, dono da Trust in News (TiN; composta pela Visão, Activa, Caras, Caras Decoração, Courrier Internacional, Exame, Exame Informática, Jornal de Letras, TeleNovelas, TV Mais, Visão História e Visão Júnior), enviou uma mensagem (divulgada em exclusivo pelo AbrilAbril) aos trabalhadores com salários em atraso a garantir que 2024 seria «um ano de mudanças e de consolidação. Seguir o que foi bem feito, acelerar o que está a fazer-se, e mexer no que está parado».

Ano e meio depois, a TiN está em processo de insolvência e os trabalhadores... ainda com os salários em atraso. Até ao dia de hoje, quando se realizou o plenário de trabalhadores da Visão, ainda estava por pagar 20% do salário de Abril, a totalidade do de Maio e o subsídio de refeição deste período. 

Quase 2/3 dos cerca de 90 trabalhadores da TiN participaram hoje num plenário convocado por delegados sindicais da Visão, tendo uma larga maioria aprovado a convocação de uma greve por tempo indeterminado até que os valores em dívida para com os trabalhadores sejam inteiramente saldados. Ao AbrilAbril, um dirigente sindical da TiN explicou que a greve terá início «após o prazo legal de pré-aviso»: no caso desta empresa, cinco dias úteis.

O plano de insolvência, aprovado pela maioria dos credores, prevê a suspenção, licenciamente ou venda de publicações deficitárias como a TV Mais, Telenovelas, Caras Decoração, Prima, Visão Saúde, Visão Surf e This is Portugal: destas, apenas a revista Telenovelas se mantém em circulação. Outras serão alvo de um ajuste na periodicidade, embora o objectivo seja o de manter apenas as mais rentáveis. Para além da redução no número de trabalhadores, a TiN pretende alienar 70% do espaço físico (50% do qual já foi concretizado) e o encerramento da delegação no Porto.

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