Sublinhando que os trabalhadores do comércio e serviços não ficaram imunes ao contexto da pandemia, em que se verificou um «aproveitamento» da crise de saúde pública para se intensificar a exploração sobre quem trabalha, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP/CGTP-IN) afirma que é preciso «lutar em defesa dos postos de trabalho, pelo aumento dos salários, pela garantia de locais de trabalho seguros, contra a precariedade e a desregulação laboral, ainda mais inaceitáveis neste período singular da nossa vida».
No comunicado em que divulgava a acção de protesto, o sindicato garante que todos os dias é confrontado com ataques aos direitos dos trabalhadores, embora «a pressão e repressão» já existisse antes da pandemia.
No Pingo Doce, o sindicato denuncia que várias vezes os trabalhadores são obrigados a «picar o ponto» na sua hora de saída e a ficarem «presos» dentro das instalações, esperando que todos os colegas acabem as suas tarefas. Só depois de todos terem terminado dão ordem para que os funcionários possam sair.
«Esta situação, para além de ser uma ilegalidade cometida sobre a vida de outros, é uma forma que o Pingo Doce tem de colocar colegas contra colegas», refere na nota. No Pingo Doce do Centro Comercial Rainha verificava-se esta prática, até o CESP tomar medidas no sentido de a impedir.
Por outro lado, existe uma outra ilegalidade, ainda não resolvida e que atrai muito mais lojas a cometê-la, afirma a organização sindical. Os horários de trabalho, que devem ser entregues com 30 dias de antecedência aos trabalhadores, e que são afixados muitas vezes fora deste prazo, sofrem alterações todos os dias.
«Os trabalhadores nunca sabem a que horas entram ao serviço, nem a que horas saem! A [sua] vida pessoal e familiar pouco importa ao Pingo Doce, desde que estejam satisfeitas as necessidades da produção de lucros», pode ler-se na nota.