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Pacote de Medidas: patrões esfregam as mãos com lucros, trabalhadores para as aquecer

Sobre as medidas anunciadas pelo Governo, a CIP considera a redução do IVA nos bens essenciais «ajustada», mas «tardia». A CGTP considera que Governo «passa ao lado» das soluções para problemas.

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Foto de ArquivoCréditos / dinheiro vivo

Nas últimas semanas muitos têm sido os debates sobre o aumento de custo de vida. Se a inflação era já um dado confirmado, mês após mês esse dado fica cada vez mais espelhado nos preços dos bens alimentares. A realidade traduz um aumento de dificuldades na vida dos trabalhadores, reformados e pensionistas, mas simultaneamente um aumento dos lucros das empresas da grande distribuição.

Veja-se o caso da Jerónimo Martins que fechou o ano de 2022 com um lucro de 590 milhões, um aumento de 27,5% face ao ano anterior. Enquanto, esta empresa registou aumentos bem acima da inflação que Dezembro estava nos 9,6% e cuja média anual fora de 7,8%, os trabalhadores para 2023 viram o salário mínimo subir apenas 7,8% para os 760 euros.

A pressão sobre o Governo era grande e após a ASAE confirmar estava a haver especulação no preço dos bens alimentares nos supermercados, rapidamente veio a CEO da Sonae, Claudia Azevedo, colocar a existência de uma campanha para denegrir os supermercados, acusando o IVA de ser o grande culpado pelo aumento dos preços. No quadro da sua opções, o Governo ao anunciar na passada semana um pacote de medidas para combater o aumentos dos bens alimentares, anunciou o «IVA zero» num cabaz ainda a definir e dependente de acordo com a grande distribuição.

Ignorando o exemplo espanhol ou o exemplo do ISP dos combustíveis, o Governo optou por ir ao encontro das reivindicações do grande patronato e fez-lhe a vontade. A evidência é tal que Chega e Iniciativa Liberal valorizaram a medida e o PSD só critica o desconhecimento face aos bens que serão integrados no cabaz alimentar. 

Como se tal não chegasse, o presidente da CIP, o patrão dos patrões, o porta-voz dos interesses de uma classe, António Saraiva, em resposta à agência Lusa disse que «num momento de enormes dificuldades e ainda maior incerteza, a redução do IVA nos bens essenciais parece-nos ajustada, embora tardia». Segundo o presidente da CIP, a tributação em Portugal é excessiva quando comparada com a concorrência, algo que do ponto de vista comparado até poderia colar, mas que nos presente caso não justifica o aumento dos bens alimentares e o aumento das margens de lucro. 

Já Isabel Camarinha, Secretária-Geral da CGTP, olhando para a vida dos trabalhadores e a partir disso, fazendo a análise para o pacote de medidas, não hesitou em considerá-lo como «assistencialista». A representante da intersindical coloca que o Governo «passou ao lado» das soluções dos problemas e sobre o «IVA zero», Isabel Camarinha afirma que não se quer tocar nos «milhares de milhões de euros de lucro" das empresas de distribuição alimentar. Segundo a mesma, a redução do IVA vai deixar «intocados esses lucros e vai manter a possibilidade de continuarem com a especulação que têm efetuado relativamente ao aumento dos preços».

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