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|Federação Nacional dos Médicos (FNAM)

Médicos podem rejeitar dedicação plena imposta pelo PS até amanhã

Aplicada sem acordo dos médicos, a dedicação plena é «abusiva e desregulamentada», impondo jornadas de trabalho de 9 horas e até 250 horas extras anuais, alerta a FNAM. Médicos podem pedir escusa até dia 7.

Médicos protestam em frente ao Hospital Santa Maria, no primeiro dia de greve convocada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM). 
CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

A dedicação plena é um regime de trabalho aplicado, pelo Governo PS, sem qualquer tipo de acordo com os médicos, a 7 de Novembro (Decreto-Lei n.º 103/2023). Para a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), a medida aplicada pelo Ministério da Saúde, depois de quase dois anos de negociações infrutíferas, é «abusiva e desregulamentada em termos laborais», com matérias que a federação sindical considera «inconstitucionais».

Em comunicado enviado ao AbrilAbril, a FNAM destaca «o aumento da jornada diária para as 9 horas, o limite anual do trabalho suplementar para 250 horas, o fim do descanso compensatório depois do trabalho noturno, e trabalho ao Sábado para médicos hospitalares que não fazem urgência». Os médicos de Saúde Pública são ainda obrigados a cumprir «um regime de disponibilidade permanente não remunerado, com eliminação do suplemento de 800 Euros».

«Estamos convictos que este regime fere salvaguardas constitucionais portuguesas e directivas europeias de direito do trabalho». Os médicos, incluindo os de Saúde Pública, ainda vão a tempo de recusar e evitar a adesão compulsiva a este regime, devendo para isso entregar as minutas de oposição à aplicação da dedicação plena que a FNAM está a disponibilizar no seu site.

A federação sindical, através dos seus três sindicatos (Sindicato dos Médicos do Norte, Zona Centro e Zona Sul), assegura, a todos os seus associados que se oponham, renunciem ou adiram voluntariamente ao regime de dedicação plena, «todo o apoio sindical e jurídico necessário».

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