A posição dos trabalhadores do Lidl não podia ser mais clara: as avaliações «têm falta de transparência». «São dadas notas negativas a quem não lhes convém e não pelo seu desempenhos no departamento», por outro lado, «são atribuídas notas positivas a trabalhadores pela "amizade" que mantêm com a chefia».
«Os trabalhadores do Lidl estão revoltados» com esta situação, afirma o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), em comunicado distribuído à imprensa e aos funcionários do Lidl. Não se pode permitir que as «avaliações menos positivas neste sistema sirvam de argumento para coagir trabalhadores a aceitar o seu despedimento e acordos [prejudiciais para o trabalhador] com a empresa».
O sindicato salienta a importância de um ambiente de trabalho saudável e harmonioso, fundamental para o bem-estar de todos no seu local e trabalho. As empresas precisam de alicerçar a sua relação com os trabalhadores através de relações humanas sólidas, o que não se verifica actualmente.
«O aumento dos lucros da empresa deve-se ao empenho diário de todos os trabalhadores, mas na hora em que os seus salários e reivindicações deveriam ser valorizados», refere o CESP, deparam-se antes com «avaliações discriminatórias, impedindo a normal progressão e valorização profissional».
Os trabalhadores e o CESP, unidos, exigem que a empresa negoceie as reivindicações dos trabalhadores, nomeadamente a revisão deste modelo de avaliação «sem isenção nem rigor»: um sistema que permite o exercício do pequeno poder e normaliza a vingança e o assédio laboral.
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