|falta de condições de trabalho

Lidl: trabalhadores têm de partilhar casacos na câmara refrigerada a 27ºC negativos

Os trabalhadores do entreposto do Lidl em Loures, um de quatro centros logísticos em todo o país, estão a organizar um abaixo-assinado com o CESP/CGTP contra as más condições a que são expostos, pondo em risco a sua saúde.

O Lidl é obrigado a conceder pausas aos seus trabalhadores
Créditos / CC0 1.0

Com uma dimensão equivalente a três campos de futebol, cada um dos quatros entrepostos do Lidl em Portugal tem capacidade para receber mais de 400 mil paletes por ano, organizados por mais de um milhar de trabalhadores, sete dias por semana. Os que estão sujeitos a temperaturas inferiores a 20ºC negativos (chegando aos -27ºC) são obrigados, sob «ameaça de processos disciplinares», a preparar mais de 250 paletes por hora num «ritmo de trabalho excessivo».

Numa nota enviada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) ao AbrilAbril, é ainda denunciada a não existência de «um números suficiente de casacos térmicos,  o que leva à partilha entre trabalhadores» da TIKO, onde o Lidl armazena os artigos congelados. É uma situação que «coloca em risco a segurança e a saúde» de quem lá trabalha, afirma o sindicato.

É neste contexto que os trabalhadores do entreposto do Lidl em Loures decidiram avançar com um abaixo-assinado, a entregar à administração da empresa, em que exigem «a contratação de mais trabalhadores, casacos térmicos suficientes para todos os trabalhadores e exames médicos periódicos para os trabalhadores da secção TIKO». Esta multinacional, que alcançou receitas de 125.5 mil milhões de dólares em 2024, tem de tomar «medidas sérias sobre matérias de segurança e saúde de trabalho».

Em Abril de 2025, os trabalhadores do entreposto do Lidl no Linhó, Sintra, já tinham denunciado as más condições de trabalho que enfrentavam. Para além da falta de «equipamentos de protecção adequados à temperatura no interior do local de trabalho, nomeadamente casacos para todos os trabalhadores», também não era disponibilizada a «protecção técnica e individual para o trabalho com vidros e espelhos partidos» dos trabalhadores da secção da Área Recuperação.

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