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Lanifato: onde se controla a ida à casa de banho

São vários «os atropelos aos direitos» dos trabalhadores que ocorrem nesta empresa de confecções de Belmonte. São denunciadas questões como o controlo de idas à casa de banho, o não pagamento de trabalho suplementar ou o salário pago depois do dia 10 de cada mês.

A fábrica de confecção Lanifato tem cerca de 200 trabalhadores
A fábrica de confecção Lanifato tem cerca de 200 trabalhadoresCréditos / Pixabay

Numa conferência de imprensa realizada esta segunda-feira, o Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Baixa (CGTP-IN) denunciou vários «atropelos à dignidade humana e aos direitos dos trabalhadores na Lanifato».

Um documento do sindicato distribuído à imprensa dá conta de várias situações vividas pelos trabalhadores da Lanifato, a quem acusa de desrespeitar o contrato colectivo de trabalho.

O documento afirma que são controladas «as idas à água e à casa de banho dos trabalhadores», sendo afixado no quadro da empresa «quantas vezes e entre que horas o podem fazer». O sindicato denuncia ainda que na Lanifato não são pagas as horas de ida ao médico, as horas para acompanhamento dos filhos para as consultas médicas ou as horas para acompanhamento escolar dos filhos.

É ainda prática da empresa não pagar «uma única hora de trabalho suplementar», acrescentando que esta recorre constantemente a esta forma de «trabalho gratuito» através da chantagem, ameaçando com processos disciplinares.

É ainda prática da empresa não pagar «uma única hora de trabalho suplementar», acrescentando que esta recorre constantemente a esta forma de «trabalho gratuito» através da chantagem, ameaçando com processos disciplinares. Aos trabalhadores que ficam a fazer horas no final do dia, horas que supostamente poderiam tirar quando necessitassem, acaba por não lhes ser dada essa possibilidade.

Quanto aos salários, estes são pagos «sempre depois do dia 10 de cada mês» e não são actualizados de acordo com as categorias profissionais, havendo ainda discriminação ao fazer o pagamento aos trabalhadores em datas diferentes.

O sindicato denuncia ainda que o subsídio de almoço é pago em tickets e que os mesmos são utilizados «como forma de descriminar os trabalhadores», sendo retidos «aos trabalhadores que não fazem horas à tarde».

Para além das férias terem «dias fixos e dias volantes», a empresa está a alterar constantemente o mapa. Acrescenta-se no documento que o pagamento de subsídios é retido aos trabalhadores «que não obedecem», e que «tudo serve para instaurar processos disciplinares e para colocar de "castigo" as trabalhadoras, em casa, de suspensão e sem vencimento».

«podem passar as multas que quiserem, quem manda na empresa sou eu e não os quero da estrada para dentro do que é meu, se for preciso até os cães lhes solto...»

gerente da empresa, citada pelo sindicato

Segundo o sindicato, a empresa «chama os trabalhadores para uma sala (sozinhos), para fazer pressão e ameaçá-los, e em determinadas alturas faz-se acompanhar pela advogada da empresa nestas pressões», acrescentando que vários trabalhadores estão em estado de depressão.

A estrutura sindical lamenta que, mesmo com a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) por denúncia do sindicato, os problemas ainda não se tenham resolvido.

Relatou ainda que, quando o sindicato solicitou a presença da ACT, a gerente da empresa expulsou os inspectores e as dirigentes sindicais da porta da empresa, referindo: «podem passar as multas que quiserem, quem manda na empresa sou eu e não os quero da estrada para dentro do que é meu, se for preciso até os cães lhes solto...».

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