A solidariedade mediática tem destas coisas: esfuma-se quando sai da ordem do dia. As vantagens, em termos publicitários e económicos, de contratar refugiados ucranianos, fugidos da guerra, são cada vez menores, um tema cada vez menos relevante, pelo que os patrões começam a tratar da sua vidinha: reduzir os encargos, amealhar os lucros.
Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato de Hotelaria do Algarve (SHA/CGTP-IN) denuncia a decisão do hotel SMY Santa Eulália, em Albufeira, que contratou vários trabalhadores através da Carismático Compromisso Unipessoal, de «impedir uma trabalhadora refugiada da Ucrânia de ocupar o seu posto de trabalho».
O SHA já confirmou a denuncia da trabalhadora, tendo dirigentes sindicais ido ao local e verificado «que a mesma está a ser impedida de exercer as suas funções». «Na semana passada, a trabalhadora foi confrontada com uma comunicação de alteração do seu local de trabalho», unilateral, «para o Hotel SMY Lisboa, em relação à qual já se opôs com a ajuda do sindicato».
A entidade empregadora não tem o direito de alterar o posto de trabalho sem o consentimento do trabalhador.
Segundo a trabalhadora, o hotel ainda não terá pago o salário do mês de Outubro, «o que a está a impedir de pagar as suas despesas». Nomeadamente a habitação e a alimentação.
O sindicato promete solicitar a intervenção da Autoridade para as Condições no Trabalho (ACT), não descartando a possibilidade de, caso a situação não se resolva, «recorrer a todos os meios legais para garantir os direitos da trabalhadora».
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