Em Janeiro, a Sociedade Central de Cervejas/Heineken, empresa que detém marcas como a Sagres, Água do Luso, Guinness, Bandida do Pomar ou Heineken, recusou-se a discutir o caderno reivindicativo apresentado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias da Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB/CGTP-IN) e aplicou, de forma unilateral, um aumento salarial de 4%, muito aquém dos 10% (com mínimo de 10o euros) exigidos pelos cerca de 350 trabalhadores.
A ameaça de uma greve parcial de 3 horas a todos os 3 turnos diários da semana de 1 a 6 de Junho mudou a postura da empresa. Na sexta-feira anterior, a Heineken/Sociedade Central de Cervejas descobriu, de súbito, a sua vocação negocial e propôs um novo aumento de 1%, a juntar aos 4% de Janeiro, para garantir a desconvocação da acção de luta. Reunidos em plenário, os trabalhadores rejeitaram ceder à parca proposta da empresa.
«Os trabalhadores querem mais aumentos e mais possibilidades de ter evolução profissional, não a estagnação nas carreiras», explicou Rui Matias, dirigente do SINTAB, em declarações prestadas ao AbrilAbril. Em causa está também a exigência de «mais respeito» da parte dos coordenadores e chefias, «que só pensam nos seus aumentos anuais por objectivos... objectivos esses» que são alcançados pelos esforço dos trabalhadores. «Isto é um problema enorme» na empresa, refere.
Para além de um aumento de 10%, os trabalhadores exigem a valorização do subsídio de refeição, do subsídio de turno e do subsídio de laboração contínua. Sem uma alteração drástica na postura do patronato, afirma Rui Matias, os trabalhadores equacionam ainda alterar o âmbito desta acção de luta e paralisar totalmente na sexta-feira, 6 de Junho.
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