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Greve nos CTT com adesão de 80%

A greve de dois dias nos CTT, por melhores condições de trabalho e salvaguarda dos postos de trabalho, arrancou ontem nos primeiros três turnos da noite, com uma adesão de 80% nas centrais de Lisboa, Porto e Coimbra.

Piquete de greve no centro de distribuição dos CTT de Cabo Ruivo, em Lisboa.
Piquete de greve no centro de distribuição dos CTT de Cabo Ruivo, em Lisboa.Créditos

Os trabalhadores dos CTT, cuja greve foi convocada no início de Dezembro, contra a destruição dos CTT e a deterioração do serviço universal de correio, afirmam que «o sucesso da greve é do interesse de todo o País, pois o serviço público degradou-se e os atrasos e falhas na entrega do correio avolumam-se».   

Em declarações ao AbrilAbril, Vítor Narciso, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT/CGTP-IN), declarou que a adesão à greve dos trabalhadores dos CTT nos três turnos da noite foi de 80% nas centrais de Lisboa, Porto e Coimbra, atingindo de forma significativa os turnos que tiveram início às 21h e às 22h de quarta-feira e às 0h de hoje.

«As perspectivas para os turnos da manhã são boas. Só vamos ter dados mais tarde, porque temos de verificar cerca de 900 locais de trabalho», afirmou o dirigente sindical, que lembrou que «o pessoal foi sendo reduzido de tal forma que a qualidade do serviço público está posta em causa».

Vítor Narciso afirma que, actualmente, «o correio já não é entregue normalmente porque não há trabalhadores em número suficiente», e que «se eles vão despedir 800 trabalhadores, ficam ainda menos para fazer o serviço».

Para o sindicato, desde a sua privatização, ocorrida em 2014 pelo Governo do PSD e do CDS-PP, decorrem «constantes anomalias» nos CTT, como o atraso de 15 dias úteis na entrega do correio, o aumento dos tempos de espera, trabalhadores a realizar mais de dez horas de trabalho diário, o fecho de postos de correios e a falta de pessoal.

Recentemente, a administração dos CTT anunciou um plano de restruturação com a pretensão de fechar lojas por todo o País com pouco movimento e de rescindir contrato com 800 trabalhadores nos próximos três anos, sendo que já se encontravam 200 nesta situação.

Os trabalhadores, que já tinham avançado com greve antes do anúncio de restruturação, acusam a empresa de «despedimentos encapotados» pois «estão a ser ameaçados nas conversas com a hipótese de despedimento colectivo no futuro caso não aceitem as rescisões amigáveis que a empresa propõe».

No arranque da greve, na quarta-feira à noite, estiveram junto à central de distribuição de Cabo Ruivo, em Lisboa, a prestar solidariedade aos trabalhadores, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, e o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, bem como o deputado do Bloco de Esquerda, José Soeiro.

Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral da CGTP-IN apontou que este processo determina que «a privatização dos CTT foi um erro monumental. Pode ter sido benéfica para os accionistas, que já levaram muito dinheiro e dividendos, mas foi desastrosa para os trabalhadores e simultaneamente para a população».

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