Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL/CGTP-IN) aponta a exclusiva responsabilidade da administração da ERSUC - Resíduos Sólidos do Centro, por esta acção de luta. A decisão de avançar com três dias de greve «resulta do profundo descontentamento e da contínua falta de respostas concretas às exigências dos trabalhadores, cujo poder de compra se tem degradado nos últimos anos».
São os trabalhadores quem mais sofre com o «permanente "défice financeiro" no final de cada mês». Empurrados para uma situação economicamente difícil «e de particular fragilidade social», a convocatória de uma greve (neste caso, dias 24, 25 e 26 de Abril) era inevitável.
As reivindicação definidas pelos trabalhadores e o STAL passam por um «aumento salarial de 10%, num mínimo de 100 euros, para todos os trabalhadores, com retroactivos a Janeiro de 2023; a implementação de um salário de entrada de 850 euros; a actualização do subsídio de refeição e dos diversos subsídios e suplementos; a fixação do período de trabalho em 7 horas diárias, 35 horas semanais e 25 dias de férias», assim como o pagamento do Subsídio de Insalubridade, Penosidade e Risco, um direito que já está definido na Lei.
«A fixação do trabalho nocturno entre as 20h de um dia e as 7h do dia seguinte, compensado com um acréscimo de 25% da retribuição mensal; a criação e valorização das carreiras, bem como a progressão e promoção profissional, e a regularização das situações de vínculo precário», tal como a aplicação de melhores condições laborais e o respeito pelas normas de Segurança e Saúde nos locais de trabalho, são outras exigências dos trabalhadores da ERSUC.
«Está nas "mãos" da administração da ERSUC encetar negociações sérias e há muito reivindicadas com o STAL e os trabalhadores, que estão conscientes do impacto negativo desta paralisação junto das populações, mas que é, única e exclusivamente, da responsabilidade dos conselhos de administração das respectivas empresas».
A ERSUC, empresa de recolha de resíduos urbanos do centro de Portugal, abrange uma área de 7 mil km2 (7.9 % do território nacional), servindo uma população de aproximadamente um milhão de habitantes em 32 municípios, como é o caso de Coimbra, Figueira da Foz, Aveiro, Arouca ou Ovar.